Quer ir ao Espaço? Pode ficar mais alto, mas mais lento a pensar

Nem todos os corpos humanos estão preparados para viajar no espaço. O alerta foi dado pela CNN numa reportagem em que são abordados os estudos feitos em matéria de medicina aerospacial do País, onde se estuda o impacto da falta de gravidade no corpo.

Desde que Neil Armstrong apareceu em direito na televisão e falou, a partir da lua, para uma audiência de mais de 530 milhões de pessoas em todo o planeta que muitos ambicionam fazer o mesmo, enquanto outros se intrigam como a missão Apolo 11 conseguiu lidar com as forças gravitacionais no ambiente lunar.

A crescente exploração espacial tem levado a comunidade médica a investigar uma nova problemática: o facto de que o organismo humano não está preparado para a ausência de gravidade e isso tem implicações na saúde.

Mais de 50 anos depois desta primeira viagem à lua, as visitas ao Espaço já se tornaram recorrentes e irão acontecer com uma frequência cada vez maior. O mais recente voo astroturístico aconteceu no passado dia 4 de junho. Esta foi a quinta vez que a cápsula New Shepard transportou humanos, e a equipa contava com cinco homens e uma mulher.

A lua tem um sexto da gravidade terrestre. Esta diferença gravítica que se sente entre o planeta Terra e o satélite natural tem impacto nos astronautas e terá, no futuro, nos astroturistas. As diferenças entre as duas forças gravitacionais são sentidas sobretudo no coração, no cérebro e nos músculos. O ritmo cardíaco também diminui bastante.

E ainda se verifica um “esticar” da coluna comprovado pela NASA que chegou a comparar a fisiologia de dois irmãos gémeos, um astronauta e outro não. Scott Kelly passou 340 dias na estação espacial internacional enquanto o seu gémeo idêntico, Mark Kelly, ficou na Terra. Segundo a agência aerospacial norte-americana, Scott regressou cinco centímetros mais alto do que o irmão. No entanto assistiu-se a um declínio da formação óssea de Scott. Houve ainda uma ligeira diminuição das capacidades cognitivas de Scott que ficou mais lento e menos preciso no seu desempenho cerebral.

Em Portugal, o especialista em neurocirurgia Edison Oliveira e a médica Thais Russomano fundaram o primeiro Centro de Estudos de Medicina Aeroespacial (CEMA) no País, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Ambos criaram também a disciplina de medicina aeroespacial, que é lecionada em parceria com a Força Aérea Portuguesa, para que todas as questões sobre aeronáutica sejam esclarecidas. A má notícia é que apenas tem 25 vagas anuais.

Fonte: CNN

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