Não é incomum no mundo dos negócios assistir-se a decisões repentinas que, num piscar de olhos, alteram o rumo de uma empresa. A Tesla, sob a direção de Elon Musk, deu um exemplo recente desta dinâmica com a gestão da sua equipa de supercarregadores.
Há algum tempo, Musk, na tentativa de apaziguar os acionistas face à queda nas vendas dos veículos Tesla, optou por uma medida drástica: a demissão de toda a equipa de supercarregadores, composta por mais de 500 pessoas, incluindo Rebecca Tinucci, a chefe que era o rosto do departamento.
Esse movimento resultou numa breve recuperação no preço das ações da empresa, mas o corte abrupto nos recursos humanos não se limitou a impactar as estatísticas financeiras – provocou estagnação total na expansão da rede vital de estações de carregamento. Num momento chave de crescimento, com a Tesla a liderar e padronizar sistemas de carregamento para veículos elétricos, a construção de novas estações parou repentinamente.
Pouco tempo depois, numa reviravolta inesperada, Musk reconsiderou e parte da equipa voltou a ser contratada. Segundo fontes da Bloomberg, um dos diretores do departamento, Max de Zegher, foi um dos que regressou às fileiras da Tesla para continuar o seu trabalho numa das divisões mais lucrativas da empresa.
Embora o número exato de recontratações não tenha sido confirmado, é evidente que a Tesla reconheceu o caos gerado pela decisão inicial e a importância crítica da equipa do supercharger, responsável por gerir uma rede global de mais de 6.200 estações e 57.000 conectores.
Esta não é a primeira vez que Musk atua com rapidez em relação às demissões, apenas para reverter a sua decisão pouco depois. O mesmo cenário já se verificou com as demissões massivas no Twitter, empresa também sob o seu comando. Quem sabe se este comportamento não possa ser devido a uma estratégia de gestão empresarial mais complexa.
A decisão inicial de Musk, embora tenha tido um efeito positivo momentâneo nas finanças da Tesla, subestimou a importância estratégica de manter uma rede de carregamento eficiente e em expansão para o futuro dos veículos elétricos.
Fonte: Bloomberg
