A E3 2021 foi a última daquele que era o maior evento de gaming do mundo. Foi nestes vários eventos que foram anunciados alguns dos maiores e mais aguardados títulos do mundo, como o Elden Ring em 2019. Este acabou por ser um dos maiores e mais jogados títulos da FromSoftware e do mundo, tendo sido o Jogo do Ano de 2022 (Game of the Year 2022).
Agora, dois anos depois do seu épico lançamento, a FromSoftware traz-nos uma das suas maiores expansões para o seu premiado título, Elden Ring: Shadow Of The Erdtree, prometendo que esta será muito maior e mais épica do que Dark Souls 3, outro título bastante popular do estúdio japonês.
Elden Ring: Shadow Of The Erdtree promete elevar a experiência pico (peak experience) de Elden Ring a um novo nível de loucura e brutalidade, fazendo deste título o maior Soulslike do mundo. A mais recente expansão de FromSoftware teve a sua versão de PC analisada, o que permite a classificação entre 0 a 10 valores de vários aspetos importantes do título, como a Narrativa, a Jogabilidade e Combate, a Ambientação, e a Qualidade Gráfica e Desempenho, dando no final um Veredito, que tem por base os aspetos já referidos.
Narrativa — “Oh, Elden Ring”
Foi em 2022 que a FromSoftware nos entregou uma das suas melhores, mais complexas e emocionantes narrativas de todos os tempos, com o lançamento de Elden Ring. Agora, dois anos depois, posso afirmar que o estúdio japonês o volta a fazer com Elden Ring: Shadow Of The Erdtree, descrevendo toda esta enorme e apaixonante nova narrativa com uma das mais icónicas frases do título de 2022, “Oh, Elden Ring”.
Para terem acesso à nova expansão, os jogadores terão de derrotar dois importantes bosses de Elden Ring, “Starscourge Radahn” e “Mohg, Lord of Blood”, pelo que apenas posso referir, para evitar spoilers, que estes são de extrema importância para a narrativa de Elden Ring: Shadow Of The Erdtree.
Ao mesmo tempo, posso assim afirmar que nenhum jogador necessita de completar Elden Ring para aceder à nova expansão, mas, mais à frente nesta análise, todos irão perceber porque, sem quaisquer dúvidas, é essencial terminarem o título de 2022, não sendo a razão principal a descontinuidade entre narrativas caso deixem a de Elden Ring a meio e iniciem a de Elden Ring: Shadow Of The Erdtree.
Enquanto que, em 2022, os jogadores assumiam o papel de um Tarnished cujo objetivo principal era tornar-se Elden Lord das “The Lands Between”, agora, em 2024, cabe a esse mesmo Tarnished perseguir o semideus “Miquella of the Haligtree”, que fugiu para o “Realm of Shadows”, e acabar com quaisquer que sejam os seus planos maquiavélicos, podendo os jogadores rastreá-lo através de cruzes douradas que este deixou pelo “Realm of Shadows”.
Ao mesmo tempo, esta nova narrativa está repleta de inúmeras novas personagens não jogáveis (NPCs) que introduzem aos jogadores novas missões (quests), podendo as decisões destes ao completarem as mesmas virem a influenciar algumas das batalhas contra os bosses principais da narrativa presentes nesta nova expansão.
Elden Ring: Shadow Of The Erdtree expande e enriquece imenso todo o enredo (lore) de Elden Ring, proporcionando aos jogadores do mesmo toda uma nova experiência bastante rica e envolvente da qual ninguém vai querer sair até terminar, elevando o Game of the Year de 2022 a um novo nível de entretenimento.
Mesmo após concluírem a narrativa por detrás desta expansão, aposto que muitos quererão continuar a explorar todos os segredos desta e a completarem todas as missões secundárias (side quests) presentes nesta, não pensando em tocar noutro título até terminarem tudo o que esta DLC tem para oferecer, falando por experiência própria.
Apenas podemos avançar para a Jogabilidade e Combate de Elden Ring: Shadow Of The Erdtree descrevendo a narrativa desta como magnífica e outra “aventura de cortar a respiração”, a descrição que atribuí na análise de Elden Ring à sua espetacular e soberba narrativa.
Jogabilidade e Combate — a dificuldade aumenta
Após concluir Elden Ring, tornando me assim num Elden Lord, achava que a minha personagem acima de nível 140 estaria mais do que pronta para enfrentar qualquer ameaça presente em Elden Ring: Shadow of the Erdtree, mas rapidamente me apercebi de que esse não seria o caso.
Elden Ring é um dos títulos mais difíceis que a FromSoftware já lançou até hoje, contendo alguns dos inimigos e bosses mais frustrantes do mundo dos videojogos, pelo que ninguém pensava que o estúdio por detrás de muitos títulos Soulslike conseguira superar-se a si próprio mais uma vez, algo de que todos se viriam a aperceber ser possível a partir de 21 de junho deste ano, 2024.
Como já referi anteriormente, qualquer jogador pode aceder ao conteúdo da nova expansão sem completar Elden Ring, bastando apenas derrotar os bosses “Starscourge Radahn” e “Mohg, Lord of Blood”, mas a maioria dos que colocam os pés neste Soulslike rapidamente se irão arrepender de o fazerem pela acrescida dificuldade que Elden Ring: Shadow of the Erdtree apresenta, bastante superior à de Elden Ring.
A FromSoftware consegue, novamente, exceder-se no que toca à criação de inimigos e, principalmente, de bosses, conseguindo desenhar batalhas ainda mais épicas e brutais do que as que nos entregou em 2022, com Elden Ring, estando cada vez mais perto da perfeição. Elden Ring: Shadow of the Erdtree consegue, deste modo, dar dores de cabeças a todos os que nesta expansão se aventuram, não poupando ninguém, nem mesmo lendas como o “Let Me Solo Her”, o popular jogador que derrotou o boss” Malenia Blade of Miquella”, um dos mais difíceis já criados pela FromSoftware, mais de duas mil vezes.
Elden Ring: Shadow of the Erdtree não se excede apenas na maneira como eleva a experiência de Jogabilidade e Combate de Elden Ring, excede-se também pela quantidade de conteúdo que acrescenta ao próprio, trazendo para o mesmo mais de quarenta (40) novos bosses, dez (10) dos quais são os principais para concluir a narrativa, sendo quase um novo jogo e não apenas uma expansão para um já existente.
Ao mesmo tempo, esta traz também setenta (70) novas armas, dez (10) novos escudos, trinta e nove (39) novos talismãs, quatorze (14) novos feitiços, vinte e oito (28) novos encantamentos, vinte (20) novas cinzas espirituais, vinte e cinco (25) novas cinzas de guerra, trinta (30) novos conjuntos de armaduras e ainda inúmeros novos consumíveis e fabricáveis, o que faz de Elden Ring: Shadow of the Erdtree a maior expansão já produzida pelo estúdio japonês.
Todos estes novos equipamentos, habilidades, objetos e armas introduzem aos jogadores de Elden Ring novas formas de o jogar, podendo fabricar novas classes (builds) muito mais poderosas do que as vistas em Elden Ring. Assim, todas as batalhas no “Realm of Shadows” e nas “The Lands Between” podem agora desenrolar-se de muitas novas formas, algumas muito mais épicas e lendárias do que no passado.
Elden Ring: Shadow of the Erdtree expande acaba assim por expandir ainda mais aquele que já era um dos títulos com maior liberdade de como o jogar, fazendo de Elden Ring um jogo muito mais acessível a todo o tipo de jogadores, do que já era quando foi lançado pela FromSoftware.
A dificuldade de Elden Ring, agora acrescida com esta expansão, permanece assim como o único e enorme obstáculo à diversão para muitos, especialmente para aqueles sem tempo ou paciência para enfrentarem o mesmo boss ou inimigo o dia inteiro. Apesar de estar ter sido reduzida pelo estúdio recentemente, a diferença comparativamente ao dia de lançamento da expansão é mínima, ou seja, quase não notável.
Apesar disto, com Elden Ring: Shadow of the Erdtree, a FromSoftware reafirma que, ao contrário de títulos anteriores, Elden Ring continua a ser um jogo para todos, existindo agora todo um novo arsenal para ajudar aqueles com mais dificuldades a desfrutarem, não só da expansão, como do título original.
Quaisquer críticas à Jogabilidade e Combate de Elden Ring: Shadow of the Erdtree são um completo absurdo e disparate, por esta expansão ter sido desenhada por um estúdio conhecido à vários anos por fazer de tudo exceto jogos fáceis, ou de baixa dificuldade, podendo terminar este capítulo da análise descrevendo Elden Ring: Shadow of the Erdtree como uma superação a tudo o que a FromSoftware já colocou nesta indústria, esperando dificuldades acrescidas nos futuros títulos do estúdio japonês.
Ambientação — simplesmente de cortar a respiração
Quando olhamos para o mapa presente em Elden Ring: Shadow of the Erdtree, denominado de “Realm of Shadows”, não pensamos que esta expansão seja assim tão enorme como é descrita por muitos, incluindo eu, mas quando o exploramos percebemos de que esta se parece mais como um título do que com uma expansão, como já referi.
Isto é perceptível ao descobrirmos todas as camadas neste novo mundo, que estão repletas de inúmeros caminhos e passagens que nos conduzem a todo o tipo de ruínas, a inúmeras masmorras e mundos subterrâneos e a mundos para lá do imaginável dos jogadores. Existem também inúmeras áreas secretas que apenas são descobertas após horas de exploração e, quando finalmente encontradas, apenas podem ser descritas como novos gigantescos mundos dentro de um já referido novo mundo.
Podemos assim perceber que, enquanto o mundo de Elden Ring se expande mais a nível de um plano 2D do que 3D, por ter poucas camadas, o mundo presente em Elden Ring: Shadow of the Erdtree executa o mesmo, mas expande-se mais a um nível 3D do que 2D, o que permite a reinvenção de uma ambientação de cortar a respiração.
Apesar de Elden Ring: Shadow of the Erdtree nos apresentar inúmeros cenários semelhantes, ou do mesmo estilo gráfico e tridimensional do que Elden Ring, como era de esperar, este apresenta-os de uma nova forma, o que faz com que toda a expansão e a sua própria Ambientação tenho um cheiro a novo, e não a repetitivo.
A nova expansão da FromSoftware também contém uma enorme variedade de novos cenários e ambientes nunca antes vivos, que vão fazer com que todos fiquem agarrados a esta para descobrirem e explorarem todos por completo, o que a torna numa experiência bastante compacta de Elden Ring.
Outra característica da Ambientação presente em Elden Ring: Shadow of the Erdtree é o facto desta mudar consoante o horário da mesma. Por outras palavras, acontecem inúmeras mudanças ao “Realm of Shadows” quando este transita do dia para a noite, o que eleva toda a experiência de Elden Ring e do seu novo mundo a um novo nível de realismo e imaginação.
Ao mesmo tempo, adoro bastante a liberdade que esta expansão oferece aos jogadores, permitindo a estes explorá-la da maneira como estes quiserem, tal como Elden Ring permite desde 2022. Isto é simplesmente fantástico e viciante, deixando todos colados aos seus ecrãs a explorarem e apreciarem esta nova Ambientação da FromSoftware.
Não tenho muito mais a acrescentar a esta categoria de Elden Ring: Shadow of the Erdtree, posso apenas prosseguir para a Qualidade Gráfica e Desempenho reafirmando o quão de cortar a respiração a Ambientação desta nova expansão é, atrevendo-me a dizer que o “Realm of Shadows” é o “mais impressionante de todos os tempos”, o mesmo que referi acerca das “The Lands Between” na minha análise de Elden Ring, em 2022.
Qualidade Gráfica e Desempenho — ainda melhores do que no original
Esta épica aventura não pode terminar sem, primeiro, darmos uma olhadela às Qualidade Gráfica e Desempenho da nova expansão de Elden Ring, Elden Ring: Shadow of the Erdtree, que prometeu elevar o Game of the Year de 2022 a um novo nível de perfeição, tendo-o cumprido em todos os aspetos, incluindo nestes.
Começando pelo desempenho do título, para o meu PC que contém uma Nvidia Geforce RTX 3070, da MSI, com 8 GB de VRAM DDR6; um i7-11700K, da Intel, com 8 núcleos e uma frequência turbo de 5.0GHz; e ainda 32 GB de memória RAM DDR4, da G.SKILL; o desempenho no mesmo desta nova DLC para Elden Ring foi bastante positivo, não tendo notado uma grande variação ou quedas de fps durante toda a minha experiência.
Posso afirmar que rodei o título com todas as definições gráficas definidas no ULTRA, tendo mantido os 60 fps a maioria da minha experiência de jogo, apenas tendo notado algumas quedas de fps com o Ray-Tracing ligado e definido no ULTRA, mas apenas quando apresentada demasiada informação no meu monitor.
Referindo que as definições gráficas estão definidas para o ULTRA, posso afirmar que a Qualidade Gráfica presente em Elden Ring: Shadow of the Erdtree é bastante impressionante, assim como há dois anos atrás. Esta continua a manter o mesmo padrão de qualidade que a FromSoftware tem colocado no mercado desde o seu inicio.
Posso afirmar que não existiram quaisquer falhas de renderização durante toda a minha experiência, mesmo quando havia demasiada informação/elementos no meu ecrã de jogo, pelo que esta expansão mantém o mesmo padrão de qualidade de Elden Ring, o que era de esperar.
A única coisa que me incomodou à dois anos atrás com Elden Ring e que se mantém presente com Elden Ring: Shadow of the Erdtree é o facto de o título estar bloqueado a 60 fps na plataforma de PC, não podendo o mesmo tirar partido de qualquer monitor acima dos 60Hz. Isto pode ser bastante incomodativo para quem está habituada a jogar a mais de 60 fps, como eu, pois faz com que pareça que estamos a jogar numa PlayStation 5 ou Xbox Series X|S, o que pode denegrir um pouco a experiencia de todos os que se encontram no PC.
Mesmo assim, posso reafirmar o que escrevi à dois anos atrás, que a Qualidade Gráfica e Desempenho da FromSoftware concebidas para este título “tornam o Elden Ring simplesmente deslumbrante e de cortar a respiração, elevando ao máximo toda a ação do RPG, o que é magnífico, o que me deixa mais uma vez bastante satisfeito com toda a equipa da FromSoftware.”.
Veredito — perfeição em expansão
Foi há dois anos, na minha análise de Elden Ring, que dei uma pontuação máxima ao mesmo, tendo descrevido o próprio como “a mais épica obra-prima da FromSoftware”, não mudando essa descrição até hoje. A meu ver, posso dizer que a nova expansão do mesmo, Elden Ring: Shadow Of The Erdtree, vai pelo mesmo caminho, seguindo as pisadas do Game of the Year 2022.
Elden Ring: Shadow Of The Erdtree consegue superar Elden Ring em todas as formas e feitios, oferecendo uma experiência bastante sólida e compacta do mesmo, como referido anteriormente, ao mesmo tempo que o torna num título muito superior ao que era em 2022. A FromSoftware voltou a esmerar-se naquilo que produziu, tendo lançado para o mercado aquilo que simplesmente consigo descrever como a “perfeição em expansão”.
Antes de dar o meu veredito, gostaria de agradecer à representante portuguesa da Bandai Namco Entertainment pela oportunidade de puder jogar e analisar esta expansão de cortar a respiração e, ao mesmo tempo, dar os parabéns à FromSoftware pelo lançamento e muito sucesso que estão a ter pela realização desta fantástica e épica expansão, assim como aconteceu em 2022.
Desta forma, apenas posso concluir esta análise seguindo as minhas pisadas de 2022, atribuindo uma pontuação máxima a Elden Ring: Shadow Of The Erdtree, que me deixou colado ao ecrã horas a fio a tentar completar a mesma, algo que tão fácil não irá ser, tal como se sucedeu com o próprio Elden Ring.