Yandex, popularmente conhecida como a Google russa, vendeu recentemente todas as suas operações russas a um grupo de investidores locais. Este processo conclui, assim, o corte de todas as ligações que a empresa tinha com a Federação Russa.
Esta venda acaba por não surpreender muito, visto que a gigante tecnológica tem vindo a manter os seus esforços para cortar relações com a Rússia desde 2022. Como parte deste esforço, a empresa vendeu o seu serviço de agregação de notícias, entre outros dos seus produtos que também foram vendidos a preços muito baixos. Arkady Volozh, um dos fundadores da Yanex, também passou a condenar abertamente a guerra.
A empresa atualmente sediada nos Países Baixos também tem vindo a enfrentar repercussões desde o início da invasão Russa à Ucrânia. Tais repercussões incluem, a sua remoção do Nasdaq Composite e sanções Europeias a Arkady Volozh, devido ao facto de a empresa ter alegadamente apoiado a propaganda russa.
Estas repercussões também provaram ser demasiado pesadas, ao privar a empresa de tecnologia ocidental sem a qual a Yanex não conseguiria evoluir.
Após mais de um ano de negociações com o Kremlin, a Yanex NV conseguiu por fim separar-se por completo de todas as suas operações russas. O acordo final viu a empresa tecnológica vender todas os seus bens e operações russas pelo baixo preço de 475 mil milhões de rublos (4,8 mil milhões de Euros).
É de notar que, este acordo foi feito com um desconto de pelo menos 50%, uma prática habitual quando o Kremlin considera o país de registo (neste caso, os Países Baixos) pouco amigável.
“A contrapartida em numerário será paga em yuans chineses fora da Rússia”, declarou a Yandex NV, acrescentando ainda que deixará de utilizar a marca Yandex após a conclusão desta transação.
O grupo de compradores russos inclui a Lukoil, a maior empresa nacional de energia, e Alexander Ryazanov, empresário russo e antigo executivo da Gazprom. No entanto, as operações continuarão a ser geridas pelo antigo ministro das finanças do país e um confidente de longa data de Vladimir Putin, Alexei Kudrin, que já tinha sido elegido para tal tarefa em 2022.
Fonte: Reuters
