Rússia: iPhone e dispositivos da Apple são usados para Espionagem!

O governo russo proibiu o uso de dispositivos Apple para fins oficiais do Estado. A proibição abrange todos os produtos da empresa americana, mas os funcionários ainda poderão usar os aparelhos para uso pessoal.

A proibição surge após o Serviço Federal de Segurança ter descoberto uma operação de espionagem que envolvia dispositivos da Apple.

A medida reflete o desejo do governo russo em reduzir a dependência em tecnologia estrangeira. No ano passado, o Presidente Vladimir Putin ordenou que instituições fizessem a migração para softwares desenvolvidos internamente até 2025.

O anúncio desta proibição causou surpresa no mundo tecnológico, mas na verdade, a Rússia já tinha adotado uma abordagem de “autossuficiência tecnológica” há algum tempo. As empresas de tecnologia americanas sofreram com a imposição de sanções comerciais por parte do governo devido à anexação da Crimeia, que foi considerada ilegal pela comunidade internacional. Desde então, a Rússia tem vindo a procurar alternativas para reduzir a sua dependência em tecnologia estrangeira.

A proibição ocorre depois que o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) afirmou no início de junho que havia descoberto uma “operação de espionagem das agências de inteligência dos EUA” envolvendo dispositivos da Apple. O FSB disse que milhares de iPhones, incluindo aqueles em uso pelas missões diplomáticas do país nos países da OTAN, foram “infectados” com software de monitoramento. O FSB afirmou – sem mostrar evidências – que a Apple havia trabalhado em estreita colaboração com a inteligência de sinais dos EUA para fornecer aos agentes “uma ampla gama de ferramentas de controle”. A gigante da tecnologia negou essas alegações, afirmando que “nunca trabalhou com nenhum governo para criar um backdoor em qualquer produto da Apple e nunca o fará”.

A proibição do uso da Apple é uma grande surpresa, considerando que a empresa nunca tinha sido mencionada antes como um risco à segurança nacional russa. Enquanto a Rússia não é conhecida por estar na vanguarda da inovação tecnológica, a Apple é vista como uma marca premium, popular entre os utilizadores de tecnologia do país.

É importante considerar que esta proibição é específica para uso oficial do Estado russo, portanto, ela terá um efeito mais limitado na população em geral. Os consumidores gerais continuarão a ter acesso a produtos da Apple sem qualquer restrição de uso. No entanto, isso pode ser visto como um sinal de alerta para outras empresas de tecnologia estrangeiras que precisam ter cuidado com a sua relação com o governo russo.

Para empresas de tecnologia americanas, em particular, isto pode ser visto como um alerta vermelho. A Apple pode ser a primeira, mas certamente não será a última empresa a ser alvo da política de autossuficiência tecnológica da Rússia. A China, por exemplo, tem adotado uma abordagem semelhante, promovendo a sua própria tecnologia e reduzindo a sua dependência em empresas americanas.

Como observa o The Times, o presidente Vladimir Putin assinou um decreto no ano passado ordenando que instituições envolvidas em “infraestrutura crítica de informação” migrassem para software desenvolvido domesticamente até 2025.

Fonte: Financial Times

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