Numa jogada surpreendente, a Apple abriu as portas do seu jardim murado. A gigante tecnológica, conhecida pela sua abordagem fechada e controlada sobre o ecossistema do iOS, anunciou que permitirá o sideloading no iPhone na Europa. Este movimento, impulsionado pela nova Lei de Mercados Digitais (DMA), marca uma viragem histórica na trajetória da Apple e no uso de dispositivos iOS.
Até agora, o processo de instalação de aplicações em iPhones era exclusivo através da App Store, a loja oficial da Apple. Com a implementação do sideloading, os utilizadores poderão instalar apps de fontes externas, uma prática comum em sistemas operativos como o Android, mas até então impensável no universo da Apple.
Desde o dia 1 de março, os desenvolvedores têm acesso a APIs que possibilitam a distribuição de aplicações através de lojas alternativas. Empresas como a SetApp já anunciaram planos de lançar suas próprias lojas de apps, aproveitando a nova política da Apple. Esta mudança não só abre o mercado para os desenvolvedores, mas também oferece aos utilizadores uma maior variedade de aplicações e a liberdade de escolher de onde as descarregam.
No entanto, a Apple não abandonou completamente o seu compromisso com a segurança. Todas as aplicações instaladas via sideloading terão que passar por um processo de revisão e obter uma assinatura eletrônica da Apple. Este processo visa garantir que as apps não contenham código malicioso, embora o conteúdo das mesmas não seja examinado, permitindo assim que aplicações anteriormente banidas pela política da App Store possam agora ser instaladas.
O método de instalação de apps de fontes externas no iPhone será diferente do que é conhecido em plataformas como o Android. Não será um simples download e instalação de arquivos, as aplicações precisarão ser fornecidas através de lojas alternativas, criando um novo ecossistema de distribuição de software para o iOS.
Para os desenvolvedores, esta nova medida vem acompanhada de certas restrições e requisitos. Por exemplo, aplicações que tenham sido descarregadas mais de um milhão de vezes estarão sujeitas a uma comissão anual de 50 cêntimos por cada instalação adicional.
A abertura da Apple ao sideloading no iPhone representa uma mudança significativa na forma como os utilizadores e desenvolvedores interagem com o iOS. Esta decisão, embora forçada pela regulamentação europeia, pode ser vista como um passo em direção a um mercado mais aberto e competitivo. A possibilidade de instalar apps de fontes externas traz uma nova dimensão de personalização e escolha para os utilizadores do iPhone, que até então estavam limitados à oferta da App Store.
Pessoalmente, vejo esta mudança como positiva. Acredito que ela estimula a inovação e a concorrência, beneficiando os consumidores com mais opções e os desenvolvedores com um alcance mais amplo. Contudo, é crucial que a Apple mantenha um equilíbrio entre a abertura do sistema e a segurança dos utilizadores, para que o sideloading não se torne uma porta de entrada para software malicioso.
Fonte: Apple