Análise de Helldivers 2 (PC) — defender a democracia nunca foi tão lendário

Helldivers 2 é o mais recente sucesso da Arrowhead Game Studios, um estúdio pertencente à família PlayStation, sendo este título uma sequela direta para o original Helldivers, lançado em 2015 para as PlayStation 3, PlayStation 4 e PlayStation Vita, assim como para o PC através da Steam.

Tal como o título de 2015, que marcou bastante a minha infância, Helldivers 2 segue o modelo de um jogo de tiros cooperativo PVE (co-op PVE shooter), onde se difere do primeiro por ser jogado na terceira/primeira pessoa, e não de uma vista de cima para baixo (top down shooter). O seu anúncio passou despercebido num evento State of Play, mas o seu lançamento não por ter vendido um milhão de unidades nos primeiros três dias de lançamento.

Nesta análise irá ser avaliada a versão de PC do título, que foi jogada num com uma Nvidia GeForce RTX 3070 acompanhado por um i7-11700K e ainda 32GB de memória RAM DDR4; onde iremos classificar entre 0 e 10 valores vários aspetos importantes a considerar do título, sendo estes a narrativa, a jogabilidade, a ambientação, e a qualidade gráfica e desempenho, dando no final o veredito, que tem por base os aspetos já referidos.

Narrativa — pela liberdade e democracia

Helldivers 2 não apresenta uma narrativa especifica, não tem uma história linear ou algo do género. Em vez disso, a narrativa deste título são as inúmeras missões disponíveis para os jogadores realizarem, sozinhos ou em equipa, com o mesmo propósito, defender a democracia.

O objetivo do título é muito simples, colocar Helldivers (os jogadores) em inúmeras missões variadas contra duas facções distintas, os Automatons (robos) e os Terminids (insetos), tendo de libertar inúmeros planetas destas facções para protegerem a Super Earth (Super Terra) e a sua democracia e liberdade.

O novo Helldivers 2 está repleto de inúmeros planetas para defender e, cada planeta está repleto de inúmeras missões, cada uma com múltiplos objetivos principais e secundários. Desta forma, o novo título da PlayStation é bastante rico e variado no seu conteúdo, não se tornando repetitivo ou chato.

Ao mesmo tempo, estas missões podem também variar na dificuldade, tendo inimigos mais fortes caso a dificuldade seja aumentada pelos jogadores, ou inimigos de escalão mais fraco, caso a dificuldade seja menor, o que aumenta a variação das missões e também dos modos de jogar. Assim, cada missão que os jogadores realizam no Helldivers 2 nunca é igual à anterior ou à próxima, o que revela o cuidado dos desenvolvedores do título na criação do mesmo.

Nesta secção da nossa missão para defender a democracia não há muito mais a acrescentar pelo facto do título não ter uma narrativa comum como a maioria dos títulos no mercado mas, Helldivers 2 é um dos títulos mais viciantes do momento muito pelo facto das suas variadas missões que podem demorar até quase uma hora, o que é fantástico para um título indie e que vamos analisar e discutir melhor abaixo.

Jogabilidade — bastante viciante, imersiva e realista

Para prosseguirmos na nossa missão pela democracia temos de analisar a jogabilidade que compõe o novo Helldivers 2. Olhando para o título original de 2015, a jogabilidade que nos acompanha agora é uma clara evolução do que os desenvolvedores tinham apresentado anteriormente.

Como referido algumas vezes, a maior mudança que a jogabilidade do título de hoje apresenta e que, faz bastante sentido para os dias do gaming de hoje, é a transição de uma jogabilidade de cima para baixo (top down shooter) para uma jogabilidade na terceira pessoa, com a possibilidade de mirar na primeira pessoa. O Arrowhead Game Studios consegue assim oferecer a mesma experiência de 2015 em 2024, mas elevá-la a um novo patamar, a terceira/primeira pessoa, que faz do novo Helldivers 2 um título muito mais imersivo e realista do que o original Helldivers.

Se analisarmos a jogabilidade em termos de mecânicas, estas estão muito realistas e bem concebidas para o título. Animações de correr, saltar, atirar para a frente, manusear armas, equipamentos e estratagemas está muito bem capturado e muito bem representando para um ambiente de guerra e terror em que os Helldivers se encontram.

Como referi acima, durante as suas missões, os jogadores têm à sua disposição inúmeros tipos diferentes de estratagemas. Estes podem ser desbloqueados através de uma moeda virtual presente no título que é ganha apenas ao completar missões. Haver uma enorme variedade de estratagemas permite aos jogadores jogar diferentes missões de diferentes formas, podendo divertir-se bastante ao arranjarem e descobrirem diferentes maneiras de matar inimigos e completar objetos.

Como já referido, cada missão presente em Helldivers 2 tem uma duração especifica e, durante esse tempo, os jogadores podem fazer quaisquer objetivos e exploração que pretendam, sozinhos ou em equipa. Quando o tempo termina, a extração será automaticamente chamada e os jogadores não poderão usar quaisquer estratagemas ou chamar mais reforços.

Ao mesmo tempo, todos têm de prestar bastante atenção ao chamar estratagemas ou a usá-los, pois existe fogo amigo (friendly fire) em Helldivers 2. Ao disparar ou usar os seus estratagemas qualquer um, ou até mesmo todos os jogadores podem morrer, o que pode prejudicar bastante as suas missões e objetivos. Esta mecânica torna o jogo e o seu ambiente de guerra bastante realista, obrigando a haver coordenação entre todos os membros de um esquadrão e, ao mesmo tempo, mortes acidentais ou desproposito são uma das coisas que tornam Helldivers 2 um jogo bastante divertido.

Outro detalhe que torna o título e a sua jogabilidade bastante realista é o facto de os ferimentos a um Helldiver influenciaram a sua jogabilidade e comportamento em combate. Se um jogador ficar aleijado na perna, este não conseguirá correr e, outro exemplo, se alguém ficar magoado num braço, a mira dos jogadores será afetada, tendo menos pontaria.

Também existem na face de cada planeta elementos que vão prejudicar os jogadores, como ervas ou arame farpado, que irão abrandar e diminuir a sua velocidade. Ao mesmo tempo, explosões e alguns ataques inimigos obrigaram os jogadores a atirarem-se para o chão para recuperar os seus sentidos, o que mantém o padrão realista do título.

Vale a pena ainda mencionar a presença de dois Passes de Batalha (Battle Pass) dentro de Helldivers 2. Um deles é gratuito e, forneça a quantidade necessária de Super Créditos (Super Credits) para os jogadores desbloquearem o Passe de Batalha pago. Através destes dois passes é que os jogadores irão melhorar os seus Helldivers, desbloqueando armas, armaduras, danças e entre outras coisas para personalizarem e melhorarem os seus soldados.

Desta forma, Helldivers 2 mantém a sua experiência original, mas consegue-a elevar a um novo nível de ação e liberdade como nunca antes visto no mundo dos videojogos. A sua jogabilidade é bastante imersiva e realista, fazendo os jogadores sentirem-se como verdadeiros soldados a lutarem pela liberdade e democracia, atrevendo me a dizer que esta é uma das jogabilidades mais viciantes que já experienciei.

Ambientação — simplesmente exótica

A ambientação presente em Helldivers 2 é uma das mais ricas, diversificadas e exóticas do mundo do gaming. O título ocorre no espaço e, ao mesmo tempo, em diversos planetas ao longo do mesmo, sendo por isso esta ambientação todas as qualidades acima referidas que vamos agora analisar melhor.

Os vários campos de batalha presentes em Helldivers 2  são enormes, tendo enormes locais para explorar e segredos para descobrir, indo mais longe no que toca a riqueza, diversidade e exoticíssimo dentro de cada planeta, ao variar mesmo dentro dos próprios, dependendo do local onde decorrem as missões dos jogadores, o que revela uma grande atenção ao detalhe por parte dos desenvolvedores.

Também na Ambientação do título é possível notar a atenção ao detalhe por parte dos desenvolvedores do próprio. Quando estamos na nossa nave podemos observar muitas outras e, estas disparam vários tipos de estratagemas que os jogadores a lutarem nos planetas pedem durante as suas missões.

Estes disparos de estratagemas e as múltiplas naves não são apenas decoração do cenário espacial, sendo na realidade as naves de outros jogadores a combaterem no planeta em tempo real, o que faz desta ambientação também muito realista. Na face dos planetas é possível ver outros Helldivers a combaterem em tempo real, o que dá mais vida e energia a este título.

Outro aspeto magnífico e que atribui o carácter de exótico à ambientação de Helldivers 2 é as formas de vida presentes nos vários planetas onde combatemos. Dependendo da facção que controla o planeta onde os jogadores se encontram, os jogadores podem encontrar variados tipos de insetos ou robôs, que variam em aspeto e tamanho consoante a dificuldade escolhida pelos jogadores, o que aumenta a variedade e a riqueza da ambientação.

Ao mesmo tempo, podem também desenrolar-se inúmeros fenómenos naturais que podem alterar a face dos planetas onde se encontram os jogadores, o que torna não só a experiência do título mais realista como diversificada e imersiva. Eventos como chuvas, enormes explosões, fogos de grande escala ou chuvas de meteoritos são algumas das coisas com que os jogadores se irão deparar ao longo da sua experiência, sendo que estes mesmos eventos variam de planeta para planeta, o que novamente revela a atenção ap detalhe.

Algo que também é impressionante na ambientação presente em Helldivers 2 é a sua destrutividade, que faz lembrar franquias como Battlefield. Muitas estruturas e edifícios são destrutíveis, o que faz com que o título seja ainda mais divertido e imersivo, assim como a própria ambientação do mesmo.

De forma a estarmos mais perto de terminar a nossa missão pela democracia falta-me apenas referir o quão impressionante e exótica é a ambientação de Helldivers 2, uma das melhores de 2024 e uma das mais fantásticas do mundo dos videojogos, sendo extremamente impressionante para um título indie.

Qualidade gráfica e desempenho — no ponto da ação

Antes de extrairmos desta análise falta ainda ver a qualidade gráfica e o desempenho do novo Helldivers 2 e, tal como no título de 2015, estas estão no ponto da ação, como era de prever para um jogo indie e um título desenvolvido por um estúdio da grande família PlayStation.

No que toca ao desempenho, para o meu PC que contém uma Nvidia Geforce RTX 3070, da MSI, com 8 GB de VRAM DDR6; um i7-11700K, da Intel, com 8 núcleos e uma frequência turbo de 5.0GHz; e ainda 32 GB de memória RAM DDR4, da G.SKILL; o desempenho no mesmo foi bastante bom, não tendo uma grande variação de fps durante toda a minha gameplay.

Tendo jogado com os gráficos no ULTRA, não notei grandes quedas de fps durante toda a minha jogabilidade e experiência com o título, mantendo uma média de 80fps a 1080p, tendo apenas notado perdas de fps ou lag quando estava a transitar do meu Super Destroyer para um dos múltiplos planetas presentes no título.

Este lag ou queda de fps pode ser do carregamento do planeta onde estou a aterrar, que apresenta campos de batalha enormes e muito ricos e diversificados, ou devido aos recentes problemas com os servidores do título, que têm afetado muitas pessoas e impedidos as próprias de desfrutar deste fantástico jogo.

Passando agora para a qualidade gráfica, esta está fantástica e muito bem desenvolvida. Para um título indie, esta é uma das melhores e mais elevadas qualidades gráficas que eu já vi num jogo desta categoria, sendo do mesmo nível ou até mesmo bastante superior a muitos títulos AAA presentes no mercado.

Os gráficos do novo Helldivers 2, que eu coloquei no ULTRA, não apresentam quaisquer falhas ou elementos por renderizar, mesmo quando há demasiada informação no ecrã do meu computador. Estes estão muito bem apresentáveis e concebidos para o título, mantendo os padrões do mesmo muito elevados.

Assim, estamos finalmente prontos para chamar a nossa extração para fora desta análise, voltando a referir o quão magnífico e de cortar a respiração o novo Helldivers 2 é para um título indie, estando ao mesmo nível e, ao mesmo tempo, a um nível superior de muitos jogos AAA e AAAA.

Veredito — defender a democracia nunca foi tão lendário

A nossa missão pela liberdade e democracia chega assim ao fim, com a nossa extração do campo de batalha a ser um verdadeiro sucesso. Helldivers (2015) foi um jogo que marcou a minha infância e eu nunca pensei que voltasse a marcar alguma fase da minha vida novamente, mas pelos vistos estava enganado.

Após um sucesso explosivo que continua a crescer todos os dias, Helldivers 2 é um dos melhores títulos indies já produzidos até hoje e um dos melhores jogos lançados em 2024 para a PlayStation 5 e o PC, sem uma chegada ou data de lançamento prevista para as consolas Xbox. Eu nunca me diverti tanto num jogo de guerra como me diverti em 2015 com o título original e em 2024 com o novo Helldivers 2, que merece o sucesso que está a receber e muito mais.

Antes de passar à classificação deste título, gostaria de agradecer à PlayStation Portugal pela oportunidade de experienciar este título no meu PC, assim como dar os meus parabéns à PlayStation e à Arrowhead Game Studios pelo fantástico trabalho feito e colocado neste título.

Desta forma, o novo Helldivers 2 recebe uma excelente classificação de 9/10 valores, por manter a experiencia do título original e, ao mesmo tempo, por a conseguir elevar a um novo nível com a sua nova jogabilidade na terceira/primeira pessoa. Este título é, definitivamente, um candidato a Jogo do Ano (GOTY) e um candidato a melhor título indie de 2024, não alcançando uma pontuação máxima aqui pelos seus problemas com os servidores e alguns bugs visuais que podem afetar a experiencia dos jogadores.

REVER GERAL
Narrativa — pela liberdade e democracia
8
Jogabilidade — bastante viciante, imersiva e realista
10
Ambientação — simplesmente exótica
10
Qualidade gráfica e desempenho — no ponto da ação
8
analise-de-helldivers-2-pc-defender-a-democracia-nunca-foi-tao-lendarioHelldivers 2 é o mais recente sucesso da Arrowhead Game Studios, um estúdio pertencente à família PlayStation, sendo este título uma sequela direta para o original Helldivers. Esta análise foi feita com a versão de PC, onde iremos classificar entre 0 e 10 valores vários aspetos importantes a considerar do título, sendo estes a narrativa, a jogabilidade, a ambientação, e a qualidade gráfica e desempenho. Este título é, definitivamente, um candidato a Jogo do Ano (GOTY) e um candidato a melhor título indie de 2024, não alcançando uma pontuação máxima aqui pelos seus problemas com os servidores e alguns bugs visuais que podem afetar a experiencia dos jogadores.

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