Vasco Serra Cardoso, aluno de mestrado em Astrofísica e Instrumentação para o
Espaço, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi distinguido com o prémio “Pedro Nunes” para melhor tese ibérica de mestrado em Ciências e Exploração Planetária, pela Europlanet Society. A notícia foi dada em nota enviada à imprensa.
A tese de mestrado, intitulada “Collisional Evolution of Jupiter Trojans”, dedica-se aos Troianos de Júpiter – asteroides que povoam as regiões 60˚ à frente e 60˚ atrás de Júpiter na sua órbita em torno do Sol. Crê-se que sejam remanescentes dos primeiros dias do Sistema Solar e tenham permanecido nessas órbitas desde a sua captura. Mas há pelo menos seis famílias de asteroides nessas regiões indicando que sofreram muitas colisões desde a sua formação.
“Através de simulações em computador, foi possível estudar a evolução de colisões dos Troianos de Júpiter sob diferentes cenários de formação, dando mais um passo na compreensão da história da formação da Sistema Solar”, revela o estudante.
“Este prémio premeia, também, a ciência que se faz na nossa Universidade de Coimbra e as suas colaborações internacionais, neste caso, com a Universidade de Alicante, Espanha”, considera Nuno Peixinho, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e um dos orientadores da tese.
O Prémio “Abraham Zacut” para a Melhor Tese Ibéria de Doutoramento em Ciências e Exploração Planetárias, foi atribuído a Jennifer Huidobro, da Universidad do País Basco, Espanha.
Estes prémios têm o nome de astrónomos históricos de Espanha e Portugal, que viveram e trabalharam em ambos os países, servindo como modelos de sinergia e colaboração ibérica. As suas contribuições em astronomia e instrumentação desempenharam um papel fundamental na era das navegações marítimas e permitiram descobertas históricas de importância planetária.
A Universidade de Coimbra também disponibiliza o Mestrado Erasmus Mundus em Geociências Planetárias que pretende “dar resposta à necessidade de estruturar e internacionalizar o ensino das Geociências Planetárias a nível europeu, face ao enorme progresso da exploração espacial ocorrido nas últimas décadas, envolvendo várias regiões do mundo”, lê-se na apresentação do curso.