A Meta fez saber que está a alargar os seus testes de criptografia de ponta para as conversações do Facebook Messenger.
Com a introdução desta novidade, os utilizadores vão ter as suas conversas mais frequentes preservadas de forma segura automaticamente pela criptografia.
O anúncio surgiu depois de o Facebook Messenger ter estado envolvido num caso de acusação de aborto no Nebrasca, Estados Unidos. Em causa está o caso de uma adolescente que teve discussões com a mãe através da aplicação ao longo de várias semanas e a polícia emitiu um mandado para a empresa disponibilizar o acesso a essas conversas.
A jovem e a mãe foram acusadas de diversos crimes relacionados com um aborto ilegal, após o Facebook fornecer à polícia um histórico das mensagens privadas trocadas entre ambas. O Departamento de Polícia de Norfolk recebeu a denúncia anónima de que Celeste Burgess, com 17 anos, tinha abortado e enterrado secretamente o feto com a ajuda da mãe, Jessica Burgess, de 41 anos. Registos médicos indicavam que Celeste estava grávida de mais de 23 semanas, sendo que o estado de Nebrasca atualmente proíbe abortos após as 20 semanas de gestação. A adolescente alegava ter sofrido um aborto espontâneo.
Como alguns utilizadores repararam, após se terem apercebido do acontecimento, se as mensagens privadas já fossem protegidas com a criptografia de ponta, a Meta não conseguiria entregar essas mensagens detalhadas à justiça.
Assim, a empresa deu continuidade ao teste das ferramentas de criptografia de ponta, que tinha iniciado em 2016, para as “conversas secretas”, mas que fora abandonado entretanto.
No ano passado, a Meta aplicou essa proteção às chamadas de vídeo e de voz. Em janeiro de 2022, a criptografia padrão foi introduzida nas conversas do Messenger, contudo, ao contrário do WhatsApp, essa criptografia ainda não está habilitada por padrão para todo o tipo de conversas.
Fonte: Guardian
