A Disney+ está a redefinir as regras do jogo no que toca ao compartilhamento de contas. A gigante do entretenimento, conhecida pelos seus universos encantados e histórias que atravessam gerações, está a tomar medidas firmes para limitar o acesso às suas contas a um círculo mais restrito de utilizadores. Este movimento, iniciado no Canadá em setembro do ano passado, está prestes a expandir-se globalmente, com um plano de ação que promete mudar a forma como consumimos conteúdo digital.
Bob Iger, CEO da Disney, anunciou em entrevista à CNBC que a empresa fará sua “primeira incursão real no combate ao compartilhamento de passwords” já em junho. Este plano será implementado inicialmente em alguns países e mercados selecionados, com a intenção de estender-se a todos os assinantes em setembro. No entanto, nos Estados Unidos, o cerco já começará a fechar a partir de 14 de março, onde a Disney se reserva o direito de restringir o acesso a utilizadores que não pertençam ao mesmo domicílio.
O conceito de “domicílio” para a Disney é definido como “a coleção de dispositivos associados à residência pessoal principal, na medida em que sejam utilizados por pessoas que residam na mesma”. A empresa também afirma ter o direito de analisar o uso da conta para garantir o cumprimento do contrato e, em caso de violação, poderá terminar o acesso ou tomar outras medidas permitidas pelo acordo.
Mas como será efetivado esse bloqueio? Ainda há muitas dúvidas no ar. Questões como o que acontecerá com pessoas que possuem mais de uma residência ou que estejam de férias ainda precisam ser esclarecidas. Para os assinantes que forem “suspeitos de compartilhamento indevido”, a Disney planeia apresentar um ecrã a solicitar que tenham sua própria conta, e já está confirmado que será possível adicionar membros à conta mediante pagamento adicional, semelhante ao modelo adotado pela Netflix.
As condições foram atualizadas em outubro para refletir a chegada do plano com anúncios, e a Disney+ alertou sobre os riscos de usar AdBlock nesse plano. No entanto, o que parece certo é que, se tudo correr conforme os planos da Disney, em setembro de 2024 o compartilhamento de contas da Disney+ chegará ao fim.
Na minha opinião, a estratégia da Disney+ é compreensível do ponto de vista empresarial, mas pode ser percebida como restritiva pelos consumidores. A implementação destas medidas terá de ser feita com cuidado para não alienar os assinantes leais. Além disso, a empresa terá de ser transparente e clara nas suas comunicações para evitar confusões e insatisfação. Resta-nos esperar para ver como estas mudanças afetarão o mercado de streaming e o comportamento dos consumidores.
Fonte: cnbc
