Comissão Europeia quer usar IA para fiscalizar economia

 

A União Europeia está a considerar utilizar inteligência artificial para fiscalizar a economia. Os reguladores europeus estão a considerar colocar algoritmos “no terreno” para procurar companhias que utilizem software para concertar preços de forma ilícita ou para eliminar concorrência de forma desleal, segundo a Comissária da Competição Margrethe Vestager (citada pela Reuters).

Os comentários de Margrethe Vestager revelam um mau estar implícito entre os reguladores e legisladores europeus em relação às novas possibilidades de utilização de algoritmos computacionais por parte das empresas para fugir a determinadas leis. Neste caso em particular, a utilização de inteligência artificial para que as companhias possam colidir e concertar preços sem que tenha existido nenhum acordo formal (que seria ilegal) ou sequer interacção entre humanos.

Um relatório da Comissão Europeia do ano passado em relação a comércio online revelou que dois terços dos grandes comerciantes usam algoritmos para rastrear os preços da competição. Nesse sentido, existe um debate a decorrer neste momento de até que ponto a utilização de inteligência artificial pode ser utilizada para rastrear e colidir os preços no mercado online.

“É uma possibilidade que nem todos os algoritmos tenham ido à universidade de direito. Assim sendo, talvez alguns desses algoritmos tenham a ideia de que deveriam colidir com outro algoritmo que também foi foi à universidade de direito,” referiu a Comissária de forma irónica numa conferência organizada pela Autoridade para a Competição na Bélgica. Assim sendo, a Comissária refere que a Comissão também gostaria de ter os seus próprios algoritmos “por aí” a verificar se as leis no mercado estão a ser cumpridas.

Investimento em inteligência artificial sem precedentes

Estas declarações surgem num contexto em que a Comissão Europeia já anunciou que irá aumentar o investimento em inteligência artificial em mais de 70%, atingindo dessa forma o valor de 1.5 biliões de euros até 2020. O objectivo é aproximar a União Europeia dos grandes colossos da inteligência artificial: a China e os Estados Unidos da América.

A relevância da inteligência artificial é mais do que óbvia no mundo de hoje, e os analistas são unânimes em considerar que nas próximas décadas a relevância da IA apenas terá tendência para se acentuar nas mais diversas áreas: medicina, computação, automação etc.

Agora, fica claro que a Comissão tem o objectivo de também investir na inteligência artificial aplicada à fiscalização da economia.

Fonte: Reuters

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