A tecnologia tem evoluído a um ritmo vertiginoso, e a Inteligência Artificial (IA) é, sem dúvida, uma das áreas que mais tem capturado a imaginação e o investimento dos gigantes tecnológicos. A Microsoft, reconhecida pela sua influência no mundo dos sistemas operativos com o Windows, não é exceção. Recentemente, a empresa de Redmond anunciou uma novidade que promete integrar ainda mais a IA na experiência do utilizador do Windows 11. No entanto, esta inovação vem acompanhada de uma restrição que pode deixar muitos utilizadores à margem.
A grande novidade é conhecida como “AI Explorer” e está prevista para a próxima atualização do Windows 11. Esta funcionalidade promete ser um marco na forma como interagimos com o nosso computador, trazendo a IA para o centro das operações. A Microsoft já deu passos nessa direção, com a transformação do Bing Chat em Copilot e a criação de uma tecla específica para invocar este chatbot baseado em IA. Mas o que é que torna o AI Explorer tão especial?
O AI Explorer é uma ferramenta que, aparentemente, vai explorar ao máximo as capacidades da IA, oferecendo aos utilizadores uma experiência de computação mais intuitiva e personalizada. No entanto, a adoção desta tecnologia não será tão simples quanto fazer uma atualização de software. A Microsoft estabeleceu um conjunto de requisitos de hardware que muitos dos computadores atuais simplesmente não cumprem.
Turns out Windows 11 build 26100 (purported 24H2 RTM) contains the AI Explorer requirements 📃 baked into the OS
💠 ARM64 CPU
💠 16GiB of RAM
💠 225GiB system drive (total, not free space)
💠 Snapdragon X Elite NPU (HWID QCOM0D0A)
I guess that's one way to drive ARM64 adoption 😶🌫️ pic.twitter.com/ZbQf4KY1BN— Albacore ☁️ (@thebookisclosed) April 18, 2024
Para poder usufruir do AI Explorer, será necessário ter um computador com um processador que utilize a arquitectura ARM, especificamente o Snapdragon X Elite da Qualcomm. Além disso, o sistema deverá contar com pelo menos 16 GB de RAM e 225 GB de armazenamento total. Estas especificações colocam a funcionalidade fora do alcance de muitos utilizadores que possuem máquinas com processadores Intel ou AMD, que até agora dominavam o mercado de PCs.
Esta decisão da Microsoft é uma aposta clara na arquitectura ARM, que tem sido mais associada a dispositivos móveis como smartphones e tablets. Ao limitar o AI Explorer a esta arquitectura, a Microsoft não só está a promover uma mudança significativa no mercado de PCs, como também está a criar um dilema para os fabricantes de processadores tradicionais. Intel e AMD, que já começaram a desenvolver módulos de IA, poderão ver os seus esforços minimizados se a tendência se inclinar para a arquitectura ARM.
No entanto, quem poderá sair a ganhar com esta mudança é a Qualcomm. A empresa, conhecida pelos seus processadores para dispositivos móveis, poderá agora ter uma entrada triunfal no mercado de laptops, com o apoio da Microsoft e do Windows 11. Esta parceria poderá ser o início de uma nova era para os computadores portáteis, onde a IA e a arquitectura ARM desempenham papéis principais.
Na minha opinião, enquanto a inovação é essencial para o progresso tecnológico, é importante que as empresas considerem o impacto das suas decisões nos consumidores. A exclusividade do AI Explorer pode acelerar o desenvolvimento de novos hardwares e a adopção da arquitectura ARM, mas também pode deixar muitos utilizadores frustrados e incapazes de acompanhar as últimas tendências, a menos que estejam dispostos a investir em novos equipamentos. A longo prazo, espero que a Microsoft encontre um equilíbrio entre inovação e acessibilidade, permitindo que mais pessoas desfrutem dos avanços da IA sem terem de enfrentar barreiras econômicas ou técnicas.