Bots travam luta contra as fake news no Brasil

Várias organizações mundiais têm estado a usar bots para ajudar a identificar e verificar o volume de notícias falsas e com desinformação partilhado nas plataformas, mas, neste momento, o Brasil é o país que mais trabalha nessas ferramentas.

Ivan Paganotti, professor da pós-graduação em Comunicação Social na Universidade Metodista de São Paulo, no Brasil, acredita que responsabilizar apenas as empresas de redes sociais pela desinformação não é a melhor forma de a combater.

“Não é possível garantir que apenas conteúdos verdadeiros vão circular nas plataformas digitais ou em qualquer outro espaço. Seria até problemático passar-se um peso e uma responsabilidade assim tão grandes para os responsáveis por essas plataformas, de terem que definir o que é verdade ou não, o que pode ou não circular”, afirma Paganotti.

Por isso, o investigador acredita que essa verificação tem de ser feita por plataformas independentes que podem e devem ligar-se a organismos públicos e à Academia.

O período eleitoral é o que se avizinha como o que apresenta um desafio maior para os verificadores, mas uma das alternativas online que está a ser implementada chama-se BotPonto – um robô criado pelo Núcleo de Jornalismo para identificar possíveis fake news em vídeos colocados no YouTube. Este bot faz um rastreio a um conjunto de palavras-chave e ajudando jornalistas a encontrarem de forma mais rápida e prática o conteúdo que suscita dúvidas e precisa ser verificado.

O bot “ouve” atentamente todos os dias vídeos de cerca de 100 canais do YouTube para encontrar palavras-chave que podem indicar conteúdo potencialmente desinformativo sobre política e eleições. A partir dessa escuta, o BotPonto faz, automaticamente, um tweet com um link para o ponto exato no vídeo em que os termos foram ditos.

Além do BotPonto, o Núcleo de Jornalismo na Universidade Metodista também administra outro robô focado no combate à desinformação. O BedelBot controla os canais oficiais no Telegram dos candidatos à presidência, enviando alertas quando encontra mensagens editadas, apagadas ou posts virais.

“O Telegram caracteriza-se por ser uma plataforma que permite falar para a “bolha” que se pretende, aumentando a possibilidade de difusão de conteúdos mais extremistas e, assim, é muito importante que seja vigiada com atenção”, salienta o professor.

As eleições no Brasil realizam-se no domingo, dia 2 de outubro.

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