Ucrânia recorre a software de reconhecimento facial para identificar vítimas de guerra

A Ucrânia está a usar tecnologia de reconhecimento facial. Segundo o The Conversation é a primeira vez que este tipo de tecnologia está a ser usada em contexto de guerra.

A Ucrânia está a recorrer a este método para identificar os mortos e devolvê-los às famílias. Contudo, estão a levantar-se questões do foro ético no que concerne ao uso desta tecnologia que têm a ver com a preservação dos direitos humanos.

O Ministério da Defesa da Ucrânia está a usar o software de reconhecimento facial Clearview AI desde março de 2022 para recolher provas de crimes de guerra e identificar os mortos, tanto russos como ucranianos.

O Ministério da Transformação Digital da Ucrânia justifica a medida como uma forma de as famílias saberem onde estão os corpos dos seus entes queridos. O Clearview AI também está a ser usado em pontos de controlo e pode ajudar a reunir os refugiados com as suas famílias.

No mês passado, no entanto, o Escritório do Comissário de Informação do Reino Unido (ICO) aplicou uma multa à Clearview AI de cerca de dez milhões de euros por recolher imagens não autorizadas de pessoas na Internet e nas redes sociais, além de a empresa ter sido obrigada a apagar as imagens e parar de as obter usando os dados pessoais de residentes no Reino Unido.

A Clearview AI afirmou que quer ter 100 mil milhões de imagens de rostos na sua base de dados até ao início de 2023 – o que equivale a 14 imagens por cada pessoa na Terra. Fotos múltiplas da mesma pessoa podem melhorar a precisão do sistema.

Segundo o seu site, a tecnologia de reconhecimento facial ajuda as autoridades a combater o crime e as empresas de transportes, bancos e de outros ramos comerciais a detetar roubos, prevenir fraudes e verificar identidades.

O governo britânico planeia substituir leis importantes de direitos humanos, como uma nova lei de direitos que pode dificultar e até impossibilitar os desafios a decisões judiciais tomadas com base em provas recolhidas com inteligência artificial.

Nos últimos dois anos, as autoridades de proteção de dados no Canadá, em França, Itália, Áustria e Grécia multaram, investigaram ou proibiram a Clearview AI de recolher imagens de pessoas.

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