O que é o SWIFT? Porque é a maior sanção económica à Rússia?

Mesmo que seja uma pessoa que não se interesse sobre as notícias diárias, certamente que já se apercebeu que há uma guerra às portas da Europa na Ucrânia. O início da guerra foi desencadeado pela Rússia, que durante a semana passada iniciou movimentos militares invadindo o espaço territorial ucraniano.

Esta invasão desencadeou diversas sanções contra à Rússia por parte do ocidente, nomeadamente de cariz económico, como sanções económicas diretamente ao país, mas também a instituições, empresas e personalidades com ligações a Putin, o Presidente russo. Uma das mais faladas é o bloqueio do SWIFT a bancos russos que é considerado a sanção mais importante. Não sabe o que é isso? Vamos explicar.

A invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeou sanções contra o país, bem como pedidos para separá-lo do principal sistema global de pagamentos. No sábado, aliados ocidentais moveram-se para bloquear o acesso de certos bancos russos ao sistema de pagamentos internacionais SWIFT como punição adicional a Moscovo, à medida que avança com seu ataque militar.

O que é SWIFT e o que ele faz?

SWIFT é uma rede usada pelos bancos para enviar mensagens seguras sobre transferências de dinheiro e outras transações. Mais de 11.000 instituições financeiras em todo o mundo usam o SWIFT, tornando-o a espinha dorsal do sistema internacional de transferências financeiras.

A SWIFT é uma sociedade cooperativa de direito belga. No seu site, diz que “é de propriedade e controlada por seus acionistas [instituições financeiras] que representam aproximadamente 3.500 empresas de todo o mundo”. O sistema é supervisionado pelos bancos centrais do G10, bem como pelo Banco Central Europeu, sendo o seu supervisor principal o Banco Nacional da Bélgica.

Como a Rússia está envolvida?

De acordo com a Associação Nacional SWIFT da Rússia, a Rússia tem o segundo maior número de utilizadores deste sistema de pagamento, depois dos EUA, com cerca de 300 instituições financeiras russas no sistema, o que significa que mais da metade das instituições financeiras russas utilizam o swift para transações de dinheiro.

Ora, banir a Rússia, ou neste caso, alguns bancos russos, deste sistema irá impedir que os bancos possam efetuar pagamentos ou transferências para outros países, nomeadamente utilizado este sistema de transferências/pagamento, o que ao momento além de ser o mais utilizado é, claramente o principal.

Deste modo, não há quaisquer dúvidas que banir qualquer instituição financeiras, ou país, deste sistema é um duro golpe e, por isso é que esta sanção económica já anunciada e confirmada, é considerada uma das piores sanções já falada para a Rússia.

Por exemplo, desta forma não é possível qualquer pagamento de dívida ou financiamento comercial, sendo que muitos analistas têm apontado que esta sanção tem um efeito mais pesado do que, por exemplo, deixar de importar gás da Rússia para a União Europeia.

A Rússia foi apanhada desprevenida?

Isso é muito pouco provável. A verdade é que em janeiro, quando ainda não estava propriamente em causa qualquer tipo de invasão da Rússia à Ucrânia, Nikolay Zhuravlev, vice-presidente do Conselho da Federação da Rússia, já considerava a possibilidade de expulsão do país do swift.

Aliás, como alternativa ao SWIFT, a Rússia criou a sua própria rede, o SPFS (Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras). Este novo sistema enviou cerca de 2 milhões de mensagens em 2020, ou cerca de um quinto do tráfego interno russo, diz o banco central, que pretende aumentar essa participação para 30% em 2023.

O que significa a suspensão?

Os bancos russos terão mais dificuldade em comunicar-se com outras instituições financeiras internacionais, mesmo em países amigos como a China, desacelerando o comércio e tornando as transações mais caras.

Obviamente que o impacto da suspensão terá a ver com a quantidade e quais os bancos é que serão suspensos e, segundo o que foi divulgado oficialmente, apenas alguns bancos “selecionados” serão suspensos do swift.

Assim, cortar bancos comerciais pode afetar exportações e importações russas irá fazer com que as transações internacionais aconteçam por cheque, por exmeplo, o que pode demorar semanas a que o dinheiro chegue, o que irá atrasar negócios e torná-los mais caros.

E quais as consequências para o resto do mundo?

A verdade é que esta decisão de remover bancos importantes do swift é difícil de tomar, já que esta sanção À Rússia também terá danos económicos noutros páises, nomeadamente na Europa que tem muitas transações com aquele país, sendo que o que se tem falado muito nos últimos tempos é o gás que a Rússia exporta e grande parte da Europa do Leste e Alemanha é principal consumidora.

Assim, com estas limitações de transações, obviamente que as transações com os russos serão mais difíceis e, no limite, poderá levar a algumas interrupções de comércio entre a Rússia e a Europa, com o gás na linha da frente, já para não falar que o comércio da UE com a Rússia totalizou 80 mil milhões de euros, cerca de 10 vezes mais do que os Estados Unidos, portanto podem tornar a situação difícil para muitas empresas e países europeus.

Há alternativas ao Swift?

Como já indicamos, a própria Rússia já criou a própria rede, o SPFS (Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras). Este novo sistema enviou cerca de 2 milhões de mensagens em 2020, ou cerca de um quinto do tráfego interno russo, diz o banco central, que pretende aumentar essa participação para 30% em 2023.

Também a China criou um sistema similar, o CIPS, Cross-Border Interbank Payment System, o que poderá ajudar a Rússia nesta situação, já que a China apesar de não apoiar diretamente o ataque militar, também não o condenou claramente e tem demonstrado aproximação à Rússia, portanto certamente que deverá dar algum apoio ao país nesta situação.

Outra alternativa poderia ser a utilização de criptomoedas nas transações, que obviamente não são uma alternativa ao swift, mas poderão ajudar nas transações financeiras.

Independentemente destas alternativas, apenas o Swift tem um alcance global.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui