O início do fim dos cookies?

A Google anunciou num post no blog chromium.org que irá deixar de suportar a utilização de cookies de terceiros nos sites acedidos através do Chrome.

A decisão, segundo a empresa, vem no seguimento da iniciativa “Privacy Sandbox”, lançada pela Google em Agosto do ano passado e cujo objectivo é desenvolver parâmetros para melhorar a privacidade na rede.

O anúncio chega na véspera do lançamento do Microsoft Edge, com um motor de busca que terá predefinida uma função para evitar o rastreamento do utilizador. A Apple, Microsoft e Mozilla já tinham banido os cookies de terceiros (cookies que seguem o utilizador de site em site).

Parece que finalmente as “big tech” estão a dar ouvidos aos consumidores. A Google acabou de ser multada em 50 milhões de euros pela agência francesa de protecção de dados por falta de transparência e clareza na forma como trata dados pessoais e por não ter obtido consentimento dos utilizadores para anúncios personalizados. O Whatsapp está também a ser investigado na Irlanda por eventual violação do Regulamento Geral de Protecção de Dados (“RGPD”). E isto serão apenas os primeiros efeitos da entrada em vigor do RGPD.

A imprensa também está atenta ao tema. O NY Times tem alertado para os perigos da nossa privacidade sob os avanços da tecnologia e criou recentemente um projecto sobre privacidade que expôs como é possível ter acesso aos dados de localização de milhares de pessoas, conhecer as suas rotinas, onde trabalham, onde moram, com quem se encontram… Mesmo as que trabalham em instituições onde a confidencialidade é essencial, i.e., a NASA.

E, finalmente, a Google parece estar a dar ouvidos. Segundo Justin Schuh, director no Chrome Engineering “Os utilizadores estão a exigir maior privacidade – incluindo transparência, escolha e controlo sobre como os seus dados são utilizados – e é claro que os ecossistemas da rede têm de evoluir para responder a essas exigências”.

No post, Justin pede ainda aos utilizadores que se pronunciem sobre as medidas para que “juntos construamos uma rede mais fiável e sustentável”.

Parece que o ano começa bem para a protecção de dados!

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