Ensaio do Seat Leon 1.4 eHybrid FR DSG: Review

O Leon regressa com novas linhas e motorizações preparado para o futuro. Duas décadas depois, a Seat continua a inovar num dos maiores bestsellers da marca. O compromisso e o avanço do seu tempo levaram a que, em 2001, este modelo (de primeira geração) fosse aclamado como “Carro do Ano”. Esta geração do Leon — quando apresentada em dezembro de 2020 — foi agraciado com o prémio “Melhor compra automóvel na Europa 2021” pela Autobest 2021.

Entre re-stylings e mudanças de geração, o Seat Leon tem resistido ao teste do tempo, alicerçando-se na plataforma conjunta da Volkswagen — tendo chegado a partilhar as plataformas do Volkswagen Golf GTI e do Audi A3 — neste momento, o Leon 2021 recorre a “MQB” usada pelo novo Golf e pelo Skoda Octavia, sendo por isso, 16 mm mais estreito e 90 mm mais longo que a geração passada.

Encontra-se disponível com várias opções de motor, percorrendo quase todas as opções disponíveis — gasolina, gasóleo, gás natural, híbrido plug-in e elétrico — reunindo um vasto leque de opções. Gasolina 1.0l TSI (3 cilindros) ou 1.5l (4 cilindros); Diesel 2.0l TDI que debita 113 ou 148 cv; Gás Natural 1.5l TGI (4); Mild-hybrid a Gasolina, nas versões, 1.0l e 1.5l eTSI. O Mais Tecnologia teve a oportunidade de ensaiar o modelo Híbrido Plug-in (a gasolina) que permite autonomia em modo exclusivamente elétrico.

Desempenho do Seat Leon eHybrid

O Seat Leon eHybrid faz-se acompanhar de um 1.4l TSI que é capaz de 150 cv (entre as 5.000 e 6.000 rpm) com um binário máximo de 250 Nm, entre as 1.550 e as 3.500 rpm, que em conjunto com um motor elétrico de 116 cv (cujo torque é 330 Nm) permitem uma potência combinada de 204 cv e binário de 350 Nm logo a partir das 1.550 rpm. Oferecendo prestações como 7,7s dos 0 aos 100 km/h e velocidade máxima em torno dos 220 km/h.

Para tirar o maior partido desta motorização, a Seat optou por incluir uma transmissão (6 velocidades) DSG (Direct Shift Gearbox) que faz muito bem o trabalho de casa na troca rápida de marcha. O Grupo Volkswagen tem feito uso deste tipo de caixa de velocidades nos modelos mais desportivos, pois permite, por antecipação de intenção, a mudança de marcha de forma mais rápida e eficiente baseado na condução praticada, por outras palavras, prevê a mudança que irá colocar e prepara-se para quando for altura, sem ter de informar todo o sistema de transmissão na hora em que solicita outra marcha.

O Leon associa uma bateria de 12.8 kWh que pode ser carregado com um carregador de parede da Seat em 3h e 42m ou, em alternativa, em 5h e 48m numa tomada convencional oferecendo uma autonomia em modo 100% elétrico em torno de 52 até aos 64 km anunciados, isto com um consumo de 14,5 a 15 kWh/100km dependendo da sua ligeireza nas prestações a que se propõe.

Em regime WLTP, o 1.4l eHybrid é capaz de consumos entre os 1.5l e os 2.0l em modo híbrido, algo impressionante. Contudo, a maioria dos fabricantes esquece-se de mencionar que quando a bateria acaba, os consumos costumam disparar, no entanto, este Leon surpreende também pela sua economia de combustível visto que em modo exclusivamente a combustão, conseguimos facilmente médias de 5.5l a 6.0l, o que visto que estamos perante um quatro cilindros de 1.395 cc, impõe respeito.

Interior do veículo

O novo Seat Leon evoluiu de forma bastante positiva e prova disso é que já vamos na quarta geração. Costuma-se dizer que se a equipa é boa, não se mexe, mas no interior, a Seat tomou a decisão de o tornar mais moderno, oferecendo um dos melhores habitáculos do segmento C — confortável e robusto o suficiente para impressionar logo no primeiro contacto, não fosse este o “Carro do Ano 2021”.

Abraçando a tendência que algumas construtoras têm vindo a fazer relativamente a simplicidade do interior, o Leon adotou agora mais eletrónica e menos botões físicos. Isto pode ser visto de duas formas: uma negativa e outra positiva. Por um lado, o sistema de infoentretenimento encontra-se mais bem revisto, com mais funcionalidades para o condutor e restantes ocupantes, por outro, retira rapidez em algumas tarefas básicas, tais como, a climatização ou volume deixaram de ter botões físicos, o que obriga o condutor a tirar os olhos da estrada.

Realço o espaço da traseira que permite espaço mais do que suficiente para um adulto, com espaço tanto para as pernas como altura para a cabeça. E a climatização trizone merece também destaque, pois permite que opere diferentes opções de temperatura, podendo os passageiros na traseira operar um pequeno display na consola central traseira (entre bancos) com botões físicos para regular a temperatura para os assentos de trás. Contudo, caso não tenha paciência ou não se queira distrair da estrada, saiba que existe controlo por voz (no volante) e pode controlar a temperatura com comandos de voz.

Diferentemente de outros modelos, o Seat Leon não adotou cromados para as grelhas da ventilação, volante ou para o seletor das mudanças, no entanto, optou por incluir um quadrante 100% digital, em conjunto com uma consola central de 10″, tudo isto acompanhado de assinaturas luminosas ao nível do tabliê e nas portas — sendo à noite formidáveis e dão uma ambientação bastante acolhedora.

Design e dimensões do veículo

Embora falemos de um compacto, o cinco portas, Seat Leon oferece umas consideráveis dimensões que permitem acomodar perfeitamente os seus ocupantes e ainda oferecer uma boa experiência de condução. Começamos pelos 1,8 metros de largura que se pode dizer ser generosa dado o habitáculo em questão, uma altura que ronda os 1,46 metros (e que até espanta para um hatchback) e finalmente os 4,36 metros de comprimento.

A bagageira não é das maiores, no entanto, é ainda capaz de 380l de armazenamento para viagens ocasionais. Contudo, com uma tara de 1539 kg e um depósito de 40l pode ser suficiente para uma viagem mais longa em modo híbrido, no entanto, depois da bateria acabar, pode esperar um rápido abastecimento de combustível. Apesar disto, julgamos que está preparado para todo o tipo de condução, desde a mais desportiva à mais económica.

A amortecer a dianteira, a Seat optou por incluir amortecedores (c/ mola helicoidal) independentes do tipo McPherson e, na traseira, o sistema “Elastic beam” ou viga elástica que garantem uma tração e amortecimento mais rijo e junto do asfalto. Isto conjugado com uma jante de 17″ (de série) ou com 18″, um opcional que assegura um carácter preformativo que pode ser interessante para quem gosta de uma condução mais desportiva e está disposto a abdicar de algum conforto de uma jante menor.

Estilo e conforto de condução

Este modelo berlina (mais compacto) tem um estilo de condução bastante peculiar, aliás, os Leon partilham desse carácter único, notável especialmente em curva e não faltam exemplos captados em vídeo e difundidos na internet para podermos apreciar alguns desses vislumbres, no entanto, esse estilo pode nem ser para qualquer condutor, mas o feedback é positivo, este é um carro bastante seguro, mesmo sobe stress (aliado ao esforço impelido pelo condutor).

Contudo, se o espírito é outro e não procura “brincar” um pouco com o modelo, saiba que esta versão híbrida pode ser das mais relaxantes para usar que no dia-a-dia em cidade, como no meio do trânsito, tudo graças a esta caixa DSG que faz a troca de marcha na hora certa para que não tenha de estar sujeito àqueles arranques (quase) enjoativos.

A velocidade (estilo cruzeiro) constante, as trepidações não são tão evidentes na dianteira numa estrada mais esburacada, mas na traseira, dependendo dessa velocidade poderá sentir algum desconforto, ainda para mais se optar pela jante de 18″. Os cerca de 204 cv de potência combinada são mais que suficientes para qualquer cenário da sua condução — outra coisa não seria de esperar de um modelo compacto — onde a DSG desempenha um papel fundamental no aproveitamento do binário disponível.

Veredito: Seat Leon 1.4 eHybrid

O Seat Leon 1.4 eHybrid pode ser adquirido a partir de 38.094,00€ com tudo de série, no entanto, se “abusar” muito da personalização, pode facilmente chegar aos 45.000,00€. Claro está, a edição com tudo de série já é bastante interessante, no entanto, saiba que existem alguns extras que podem ser do seu interesse, do ponto de vista funcional (e não como mera ostentação).

Este versátil veículo pensado para todo o tipo de uso, não fosse este um dos modelos mais antigos da Seat. Excelente para a cidade, a possibilidade de circular em modo exclusivamente elétrico por 50 km pode ser uma vantagem quando comparado com outros modelos da concorrência. Ainda assim, saiba que quando acabar (ou estiver perto), o modelo irá ligar a motorização térmica para continuar o seu percurso.

Destacamos, como “must have” a iluminação (LED) que se encontra no habitáculo ou como opção também para o exterior que dão um ar completamente diferente ao veículo, sobretudo à noite — para quem gosta, obviamente. São estes e outros extras que fazem deste modelo um veículo bastante acessível de segmento C, no seio do grupo Volkswagen e atendendo à especificação de motor que está disponível. Assim sendo, esta é mais uma viável opção para aqueles que procuram um motor forte, que ocupe pouco espaço e permita satisfazer várias necessidades de condução ou de viagem.

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