E se um prédio fosse uma bateria gigante? Está a acontecer

A transição para veículos elétricos é um tema que tem alimentado debates intensos sobre a capacidade de geração e gestão de energia elétrica. A preocupação central reside na questão de como vai a Humanidade gerar energia elétrica suficiente para carregar a crescente frota de carros elétricos. Este desafio tem estado no centro das discussões e é uma crítica frequente ao movimento de transição para veículos com zero emissões.

Todavia, tão crucial quanto a produção de energia é a sua gestão eficiente, alerta a PV Magazine. Afinal, de pouco serve aumentar a produção de energia limpa se parte dela for desperdiçada. O armazenamento de energia, pronto para ser utilizado nos momentos de maior necessidade, é também um desafio que se impõe com urgência.

Neste contexto, a Energy Vault, uma empresa suíça, apresenta uma solução que promete revolucionar o armazenamento de energia: um gigantesco edifício que funciona como uma imensa bateria, já conectado à rede elétrica da China. Localizado em Rudong, perto de Shanghai, este projeto foi um dos 56 selecionados pela Administração Nacional de Energia da China para receber apoio e supervisão governamental desde a sua concepção até à construção.

O Rudong EVx, como é chamado o projeto, emprega um sistema de armazenamento de energia por gravidade que dispensa o uso de bombas. Inspirando-se no princípio físico que rege a geração de energia hidroeléctrica bombeada, este sistema permite tanto o armazenamento quanto a geração de energia elétrica conforme necessário.

Um dos avanços significativos trazidos pela Energy Vault é a integração bem-sucedida do seu sistema à rede elétrica regional, com a capacidade de gerar 100 MWh de eletricidade. Além disso, outros três projetos semelhantes já estão em construção, evidenciando o potencial de expansão e adaptação do sistema às necessidades específicas de diferentes locais. Este método é particularmente vantajoso em regiões onde não há recursos hídricos disponíveis, uma vez que utiliza um princípio semelhante à geração hidroeléctrica sem a necessidade de água.

Contudo, o sistema não está isento de desafios. A construção de tais edifícios requer uma vasta área e há questões sobre como maximizar a eficiência do sistema. Teoricamente, quanto mais alto o edifício, maior a energia gerada, mas também é preciso considerar as perdas energéticas inerentes ao processo de elevação dos blocos.

Através de uma abordagem que combina engenharia mecânica e princípios de física, a empresa suíça está a liderar o caminho para enfrentar o desafio de armazenar energia limpa em larga escala.

A capacidade de adaptar o sistema a diferentes necessidades e contextos geográficos é também uma característica relevante, abrindo espaço para a implementação global desta tecnologia. No entanto, o sucesso a longo prazo depende da otimização do equilíbrio entre a energia investida para elevar os blocos e a energia recuperada durante a sua descida.

Fonte: PV Magazine

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