Construção megalómana The Line, na Arábia Saudita, a ganhar forma

No início de 2021, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita, anunciou uma “revolução civilizacional” que acolheria até nove milhões de pessoas numa megacidade de carbono zero, com 170 quilómetros de comprimento e meio quilómetro de altura, mas apenas 200 metros de largura. Dentro das suas paredes espelhadas e livres de carros, os residentes seriam transportados em comboios subterrâneos e táxis aéreos elétricos.

Agora foram divulgadas pelo MIT imagens de satélite exclusivas que mostram que esta megacidade de ficção científica da Arábia Saudita está bem encaminhada. Curiosamente, qualquer intervenção feita na chamada The Line não aparece no Google Maps.

The Line é uma cidade inteligente linear em construção na Arábia Saudita em Neom, província de Tabuk, projetada para não ter carros, ruas ou emissões de carbono. A cidade de 170 quilómetros de extensão faz parte do projeto Saudi Vision 2030, que a Arábia Saudita garante que vai criar 460.000 empregos e prevê uma população residente de nove milhões de pessoas.

The Line
The Line

O projeto tem enfrentado críticas sobre seu impacto no meio ambiente e na população atual da área, bem como dúvidas sobre sua viabilidade tecnológica e económica.

500 mil milhões de euros vão ser investidos nestes caminhos por desertos e montanhas do norte da Arábia Saudita. O local, com dezenas de metros de profundidade nalguns lugares, está repleto de centenas de veículos de construção e provavelmente milhares de trabalhadores.

A análise das imagens de satélite da Soar Earth, uma startup australiana que agrega imagens de satélite e mapas de crowdsourcing num atlas digital online, sugere que os trabalhadores já escavaram cerca de 26 milhões de metros cúbicos de terra e rocha – 78 vezes o volume do edifício mais alto do mundo – o Burj Khalifa onde não faltam matrizes de painéis solares.

A área designada The Line é tão controversa quanto futurista. Os críticos duvidam da sabedoria prática e ambiental de construir uma estrutura tão grande no deserto. E muitas das tecnologias que o espaço deveria incorporar ainda não foram comprovadas, incluindo os táxis aéreos, os robôs domésticos e dessalinização da água do mar usando energia renovável.

A construção começou em abril deste ano e, em junho, a empresa controladora da The Line, Neom, concedeu contratos de abertura de túneis e detonação para túneis ferroviários de passageiros e carga de alta velocidade.

Fonte: MIT

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