A Netflix e a sua estratégia para se tornar sinónimo de “streaming”

A Netflix tem um objetivo ambicioso: tornar-se sinónimo de “streaming”. Quer que, quando falamos em “colocar o Netflix”, estejamos a referir-nos a qualquer serviço de streaming, independentemente de ser HBO, Prime Video ou outro.

Este é um feito que empresas como a Nintendo ou a Sony conseguiram no passado, com as suas consolas, ou a Apple com o seu iPad, a tornarem-se referências genéricas para toda a indústria. Mas como poderá a Netflix alcançar este objetivo?

Para começar, a Netflix já não se foca apenas na quantidade. Houve um tempo em que a plataforma se esforçava para lançar mais conteúdo do que qualquer outra, investindo grandes somas de dinheiro para alcançar todos os tipos de público. Esta estratégia deu à Netflix uma reputação de priorizar a quantidade sobre a qualidade, mas também resultou em sucessos como ‘Stranger Things’, ‘The Crown’, ‘Dark’ e ‘O Jogo do Calamar’.

No entanto, o setor de streaming tem vindo a sofrer um retrocesso. A HBO Max, por exemplo, reduziu o seu catálogo e até as suas plataformas. Outros serviços, como a Disney+ e a própria Netflix, aumentaram os preços e implementaram medidas para impedir a partilha de contas.

Neste cenário, a Netflix tem-se destacado ao resgatar séries que não tiveram sucesso noutras plataformas, como ‘Lucifer’, ‘You’ e ‘Cobra Kai’. Mais recentemente, a empresa tem-se focado em resgatar e redifundir séries com potencial que podem ter tido sucesso ou não noutras plataformas.

A Warner, por exemplo, tem beneficiado bastante desta estratégia da Netflix. A empresa tem precisado desesperadamente de dinheiro, após uma série de anos difíceis devido a gastos excessivos nas suas plataformas de streaming e a uma política de lançamentos muito agressiva durante a pandemia.

A Netflix tem vindo a aumentar significativamente o número de séries e filmes do catálogo da Warner na sua plataforma. Isto não implica exclusividade, já que muitas destas produções continuam disponíveis nas suas plataformas de origem. No entanto, este movimento tem fortalecido e prestigiado o catálogo da Netflix.

Esta estratégia de licenciamento é uma forma simples da Netflix aumentar o seu catálogo com um investimento mais modesto do que a produção de séries próprias. A empresa gastou 13.000 milhões de dólares em conteúdo em 2023, valor que deverá subir para 17.000 milhões em 2024. Estes valores incluem as licenças de conteúdo de terceiros, que poderão ser cada vez mais abundantes e agressivas.

Na minha opinião, a Netflix está a fazer um bom trabalho ao adaptar-se às mudanças no setor de streaming, mas será interessante ver como esta estratégia se desenvolve no futuro.

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