Adoção de Criptomoedas por Bancos: Oportunidades e Desafio

Já é comum que vários estabelecimentos, como supermercados e redes de varejo, aceitem criptomoedas em suas transações. O mesmo com vários produtos online, como o caso do cripto cassino. Enfim, há vários exemplos que mostram o quanto as criptomoedas estão cada vez mais presentes na sociedade brasileira. Por isso, não chega a ser novidade o fato de que bancos tradicionais já oferecem uma diversidade de produtos financeiros que de alguma maneira recorrem a elas.

Nos últimos anos, observa-se uma mudança de postura dos bancos em relação às criptomoedas e às exchanges. Se antes predominava uma desconfiança, agora esse mercado é visto como um horizonte de grandes oportunidades. Isso porque os bancos têm visto uma demanda crescente de investidores por criptoativos e produtos relacionados a criptomoedas. Podemos dizer que há uma tendência nos bancos brasileiros de crescimento e diversificação dos portfólios relacionados a moedas digitais.

Antes, esse movimento era mais comum nas fintechs e bancos digitais. Por se tratarem de instituições nativas digitais, era de se esperar, talvez, uma maior propensão delas nesse sentido. Contudo, mesmo bancos tradicionais, estatais e privados, já estão entrando de maneira mais incisiva nesse mercado.

Oportunidades para os bancos

O fato de os bancos estarem direcionando mais atenção às criptomoedas tem uma explicação relativamente simples. No caso, investidores de vários perfis vêm demonstrando interesse maior em ativos digitais, o que gera demanda. Oferecer um portfólio próprio de ativos digitais pode fazer a diferença, por exemplo, quanto a não perderem clientes.

Nesse sentido, podemos dizer que se trata de uma adaptação dos bancos às demandas de seus clientes. Vários bancos vêm oferecendo exposição direta a criptomoedas, ao passo que outros disponibilizam fundos de investimento relacionados a elas.

Existe uma propensão cada vez maior de pessoas adquirirem criptomoedas. Levantamento da Sherlock Comunication mostrou que 25% das pessoas no Brasil querem comprar criptomoedas nos próximos 12 meses. Há uma aceitação cada vez maior, revertendo um quadro anteriormente marcado por desconfiança. De fato, agora a questão mais importante é observar as tendências de mercado.

Cabe agora observar quais serão os próximos passos das instituições bancárias no mundo das criptomoedas, pensando na evolução desse mercado no Brasil.

Bancos digitais como destaque

No Brasil, os bancos digitais, já faz um tempo, oferecem opções para clientes de adquirir moedas digitais de maneira bem similar ao processo com as corretoras. Em bancos digitais como o Nubank ou BTG, por exemplo, é possível adquirir moedas digitais pelos respectivos aplicativos das instituições.

Um levantamento da Época Negócios mostrou a grande diversidade de fintechs e bancos digitais no Brasil que trabalham com criptoativos. A 99Pay, por exemplo, oferece compra e venda de bitcoins com investimentos a partir de R$10,00. O BTG Pactual, por sua vez, oferece opção para clientes de negociarem criptoativos pela plataforma Mynt desde 2021.

O Mercado Pago também trabalha nesse modelo. Pela plataforma, é possível a compra e venda de bitcoins, ethereum e a stablecoin USDP, podendo fazer negociações a partir de módicos R$1,00. O Nubank, desde o início de 2023, oferece a Nucoin para clientes por meio de seu aplicativo, com investimentos que também podem começar por R$1,00.

Bancos tradicionais entram no mercado

No mesmo levantamento citado acima, da Época Negócios, mostra que os grandes bancos tradicionais já oferecem muitos produtos digitais, relacionados a criptomoedas. Um dos pioneiros nesse sentido é o Itaú Unibanco. O banco firmou parceria com a gestora Hashdex e desde então permite investimentos diversos em criptomoedas.

A tendência chegou até no Banco do Brasil. O principal banco brasileiro, de capital misto (parte público, parte privado) lançou o BB Multimercado de Criptoativos IE. O fundo permite comprar e gerir criptomoedas diretamente, além de comprar cotas de EFT com exposição de criptoativos.

O Banco do Brasil já oferece, dentre outros produtos, mecanismos de negociação de impostos usando criptomoedas. Enfim, são diversos os exemplos de instituições bancários que vem oferecendo produtos variados relacionados a criptomoedas. Os bancos, tanto os digitais quanto os mais tradicionais no mercado, estão bem inseridos no mundo das criptomoedas.

Oportunidades para os bancos

Cabe ressaltar que a entrada dos grandes bancos no mercado das criptomoedas representa um importante ganho de conveniência para os clientes. Se existem ainda muitas dúvidas sobre como lidar com aplicativos ou sites de corretoras de criptomoedas, o mesmo não se pode dizer quanto aos aplicativos de bancos, que já fazem parte do dia a dia das pessoas.

Outra questão importante, relacionada a essa, é a relativa confiabilidade dos bancos. O mercado das criptomoedas ainda é um tanto desconhecido por grande parte das pessoas. O mesmo não se pode dizer das instituições bancárias, quase onipresentes na vida das pessoas. Por conta disso, o suporte dado por essas instituições viabilizam uma entrada mais simples das pessoas nesse universo de investimentos.

Por fim, outra questão importante é a quantidade de opções de investimentos. Os bancos oferecem a clientes opções variadas de investimentos em vários campos, e não é diferente quanto a criptomoedas.

Desafios

Mas ainda existem muitos desafios. Por exemplo, cabe aos bancos, na divulgação e oferta desses serviços, esclarecer cada vez mais as dúvidas de clientes a respeito de investimentos com criptomoedas. Ainda há bastante desinformação, o que gera também uma baixa confiabilidade, sobretudo para pessoas que ainda querem fazer seus primeiros investimentos.

Outra questão é que se os bancos oferecem um acesso simplificado aos criptoativos, o ônus é que no geral suas taxas são menos vantajosas que as corretoras. Isso é um problema considerando uma inserção maior dos bancos nesse mercado. Além disso, faz com que as instituições bancárias tenham dificuldade de reter investidores mais experientes no mercado das criptos.

Conclusão

Enfim, estamos em um momento de crescente inserção dos bancos no mundo das criptomoedas. A ideia de que se trata de horizontes que antagonizam, cada vez mais fica no passado. De toda maneira, há ainda alguns desafios importantes que devem ser vencidos.

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