Redes sociais impulsionam o mercado dos gadgets

Primeiro, o acesso à Internet. Depois, a ligação dos diferentes utilizadores. O próximo passo é a  independência dos serviços –  e o hardware pode aproveitar para voltar à ribalta.

A época que se vive é uma época social, marcada pela preocupação internacional com a condição e respeito humanos (a nível político) e marcada pela rede social (a nível tecnológico). Muito por causa das redes sociais, esses lugares oníricos onde se encontra toda a gente e facilmente se perde no meio de personagens que não se conhece. A Web semântica é o próximo estágio da evolução, uma rede que através dos nossos comportamentos e registos nos direcciona tudo com conta, peso e medida segundo as exigências dos utilizadores.

É uma Internet que ganha independência dos utilizadores, mas que trabalha como nunca para a sua presença online em conformidade com a economia do tempo. As publicidades direccionadas da Google são um exemplo da nova rede, as sugestões de restaurantes que saltam nos telemóveis quando nos aproximamos de determinada rua, idem.

Começam a aparecer ao mesmo tempo protótipos e conceitos de hardware que vão pelo mesmo caminho, ainda que ligeiramente diferente. O exemplo é o Karotz, um coelho robótico muito simplista e animado que pretende libertar as pessoas do estigma de ter que ter um dispositivo nas mãos e os olhos numa página brilhante para que continue a rolar socialmente.

A Violet, empresa responsável pelos coelhos das orelhas loucas, chama o Karotz como o «primeiro hardware de Facebook». Uma das funções que o animal é capaz de desempenhar é o reconhecimento de comandos por voz, executando  funções como tirar uma fotografia, postando mais tarde o resultado no Facebook. O microfone embutido permite reconhecer a música que está no ar e partilha a informação com os restantes. Os Karotz estão em constante ligação com a Internet e com as redes sociais, pelo que também sabe ler os mais recentes feeds da conta de Twitter.

Imagine-se sentado no seu sofá a ver a «ainda tradicional» televisão quando o coelho começa a debitar que os Rolling Stones acabaram ou que o presidente da Roménia foi morto a tiro ou que a sua vizinha acaba de ver uma gaivota em pleno Inverno – uma verdadeira máquina de informação em tempo real. Também é capaz do contrário – fazer updates do estado social por si, mas apenas através do seu comando vocal.

O Karotz pode ser complementado com aplicações para iOS e Android para que enquanto estiver fora de casa possa continuar a interagir com o seu lar e com os que lá estão. E se souber de alguém que tenha outro Karotz, pode usá-los como walkie-talkies cibernéticos. O coelho que fica bem estéticamente como elemento decorativo, custa 100 euros.

Como um exemplo não chega para suportar uma teoria, eis que a Microsoft mostra que também está atenta à evolução da realidade. A ideia é mais megalómana, mas ainda assim pragmática e de sentido estético. O concept que a empresa americana apresentou dá pelo nome de Printing Dress e é um vestido que projecta tweets no tecido – um verdadeiro caleidoscópio.

A Microsoft diz apenas que pretende testar até onde o futuro e a tecnologia podem ir, explorar possíveis cenários. A falta de privacidade, mostrando a todos o que está a ser dito na conta de  Twitter, pode ser altamente explosivo no mercado da publicidade: afinal as timelines dos utilizadores nas redes sociais já levam com marcas e produtos.

O conceito de vestuário futurístico e social já valeu à empresa distribuidora do Windows o prémio na «International Symposium on Wearable Computers». E a hipótese aqui volta a ser quase a mesma: imagine-se sentado no sofá enquanto vê os tweets dos seus amigos e adorados passarem-lhe pelas pernas e braços acima. E se usar a hashtag #printingdress pode ter a sorte de ter o seu tweet projectado no vestido, esteja lá onde ele estiver.

http://www.youtube.com/watch?v=rql6wUjRyDk

Como Steve Clayton diz no vídeo, à dez anos atrás a Microsoft Research estava a estudar o rastreamento de movimentos através do corpo e ninguém estava à espera de ver esse conceito aplicado em todas as casas através do Kinect.

O denominador comum entre os dois produtos são as redes sociais e o sentido prático que pretendem conferir à vida das pessoas. O prático passa por ser social sem estar tão presente em frente a um computador, mas conseguir ao mesmo tempo criar um envolvimento contínuo com as nossas ligações em rede. Esta é a premissa comum para muitos produtos mirabolantes que vão invadir o nosso espaço real menos social para marcar fortemente a nossa presença no outro espaço «real» e aí sim, social que chegue.

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