O governo japonês está a lutar para acabar com as disquetes nos serviços públicos do país.
Segundo o Tech Spot, a esfera governamental do país ainda exige suportes tão ultrapassados, como disquetes, cassetes, CDs e MiniDiscs (MD), em cerca de dois mil procedimentos, que englobam aplicações de negócios e formulários oficiais.
O ministro dos Assuntos Digitais do Japão, Taro Kono, tem vindo a fazer os seus desabafos no Twitter, onde também explica que o seu objetivo é migrar a comunicação com cidadãos e empresas para a Internet e para serviços na cloud. Taro Kono criou uma espécie de comissão com o intuito de rever as diretrizes atuais. O grupo deve apresentar o plano de substituição das tecnologias até o final do ano.
O ministro, que no ano passado ocupou o cargo de ministro de vacinas contra Covid-19 no Japão, é conhecido pela sua luta contra suportes obsoletos. Um dos exemplos mais notáveis foi sua tentativa de acabar com o hanko, tradicional carimbo japonês a vermelho que ainda é necessário para assinar documentos oficiais, como contratos de casamento, por exemplo. Não conseguiu.
Outra batalha que Kono tem travado é pelo fim do fax – aparelho muito acarinhado pelos japoneses até aos dias de hoje. Em 2017, cerca de 50% dos lares japoneses ainda tinham estes aparelhos a uso.
O apego ao passado pode ser muito intrigante para um país associado à tecnologia e ao futuro. Mas o Japão tem mais quem partilhe consigo esta excentricidade: foi só em 2019 que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos conseguiu acabar com o uso das disquetes, originalmente desenvolvidas em 1967, pela IBM. A versão mais popular do disco magnético, de 3,5 polegadas, consegue guardar apenas 1,44 MB – na sua versão melhorada precisamente pela japonesa Sony, 12 anos após o seu lançamento. Não deixa de ser curioso comparar esta memória com a capacidade de uma comum pen de 16 GB, que equivale a… 11.378 disquetes.
“Onde compro uma disquete hoje em dia?”, tem perguntado o ministro em jeito de provocação, nas suas redes sociais.
Fonte: Tech Spot