O Japão juntou-se ao clube exclusivo de países que conseguiram aterrar na Lua, tornando-se o quinto membro, após a União Soviética, Estados Unidos, China e Índia. A nave japonesa SLIM realizou o alunissagem mais preciso da história, com um erro de apenas 100 metros. No entanto, este marco histórico foi um pouco agridoce para a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA).
A JAXA confirmou que a orientação da nave não era a correta no momento da aterragem, o que resultou na interrupção da luz solar para os seus painéis solares. Com apenas 12% da bateria restante, a SLIM foi encerrada duas horas e 37 minutos após alcançar a superfície lunar. A JAXA decidiu não descarregar completamente as baterias, na esperança de poder reiniciar a nave caso os seus painéis solares voltassem a receber luz solar.
A agência espacial japonesa acredita que isso ainda é possível. Segundo os dados de telemetria, os painéis solares da SLIM estão orientados para o oeste. Se a luz solar começar a brilhar na superfície lunar a partir do oeste nos próximos dias, a nave poderá voltar a gerar energia e sair do modo de hibernação.
We are preparing to announce the status of #SLIM and current results at the end of the week. Although the attitude after landing did not go as planned, we are glad we could achieved so much and are happy to have landed successfully. We’re also excited to analyse the data. #JAXA
— 小型月着陸実証機SLIM (@SLIM_JAXA) January 22, 2024
Antes de se desligar, a SLIM conseguiu transmitir mais dados sobre a sua alunissagem, bem como as imagens que conseguiu captar. A JAXA está a analisar estes dados, que serão tornados públicos na próxima sexta-feira.
A SLIM (Smart Lander for Investigating Moon) foi projetada para aterrar numa inclinação de 15 graus, uma manobra considerada arriscada. Apesar de algo ter corrido mal na manobra, a nave conseguiu desdobrar com sucesso dois pequenos robôs, LEV-1 e LEV-2, antes de aterrar. A JAXA ainda não forneceu detalhes sobre a breve operação destes robôs na superfície lunar.
O objetivo técnico da SLIM era realizar uma aterragem precisa através do reconhecimento de imagens e LIDAR. O seu objetivo científico era investigar a presença de um mineral chamado olivino no manto lunar, o que poderia fornecer provas de que a Lua foi parte da Terra há muito tempo.
Apesar do semi-sucesso do Japão, o país juntamente com a Índia estão a preparar uma missão conjunta chamada LUPEX para rivalizar com a missão chinesa Chang’e-7. A LUPEX tem como objetivo aterrar no polo sul lunar em 2026 para procurar gelo.
A conquista do Japão é um marco importante na exploração espacial, apesar dos problemas enfrentados pela nave SLIM. A precisão do alunissagem é um feito notável, embora a falha na orientação da nave tenha levado a problemas com os painéis solares. Ainda assim, a possibilidade de reiniciar a nave oferece esperança para futuras missões. A missão conjunta LUPEX, planeada pelo Japão e pela Índia, é um sinal de que a competição na exploração lunar está a aquecer.
Fonte: BBC