NASA e ESA unem forças para missão surpresa a Vénus

Nos últimos anos, Marte tem sido o centro das atenções quando se fala de exploração espacial. No entanto, é tempo de voltar a olhar para Vénus, o planeta vizinho. A Agência Espacial Europeia (ESA) acaba de aprovar a missão EnVision, o próximo grande passo na exploração do planeta. Esta missão não estará sozinha, pois será acompanhada por duas missões da NASA: VERITAS e DAVINCI.

Vénus, apesar de estar mais perto da Terra do que Marte e ser muito semelhante ao nosso planeta em termos de tamanho e massa, apresenta condições extremas. A sua atmosfera é 92 vezes mais densa do que a da Terra e a temperatura média na superfície é de 464 °C. A grande questão que se coloca é: como e quando é que Vénus se tornou tão inóspito? Será que sempre foi assim? A missão conjunta da ESA e da NASA promete desvendar estes mistérios.

A missão EnVision da ESA tem como objetivo principal ver através das espessas nuvens de ácido sulfúrico que cobrem Vénus. Para tal, será lançada uma sonda equipada com um radar de alta resolução que permitirá criar um mapa de Vénus dez vezes mais preciso do que o das missões anteriores. A sonda será lançada em 2031 a bordo de um foguetão Ariane 6 e demorará 15 meses a chegar a Vénus, onde permanecerá em órbita durante quatro anos.

A sonda EnVision estará equipada com o radar VenSAR, fabricado e operado pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, numa estreita colaboração entre as duas agências espaciais. Curiosamente, a sonda VERITAS da NASA, também prevista para ser lançada a Vénus em 2031, é um orbitador equipado com radar cujas funções se sobrepõem parcialmente às da EnVision. No entanto, a sonda da ESA possui instrumentos adicionais que lhe permitirão estudiar melhor a atmosfera e, pela primeira vez, o solo de Vénus até um quilómetro de profundidade.

Por outro lado, a missão DAVINCI da NASA levará uma cápsula desenhada para descer até à superfície de Vénus e estudar a sua atmosfera. A cápsula demorará uma hora a chegar ao solo, mas não está destinada a continuar a funcionar na superfície. Tal como as sondas Venera, lançadas pela União Soviética nos anos 70, a DAVINCI tem a capacidade de aterrar na superfície de Vénus e sobreviver ao impacto, mas as extremas temperaturas do planeta não permitirão que sobreviva mais de 17 ou 18 minutos.

As missões EnVision, VERITAS e DAVINCI prometem trazer novos dados e conhecimentos sobre este planeta inóspito, que poderão ser cruciais para a compreensão da evolução dos planetas e, quem sabe, para a procura de vida fora da Terra. Na minha opinião, esta mudança de foco é uma decisão acertada e emocionante, que promete trazer novas descobertas e avanços na ciência espacial.

Fonte: Nasa

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