Há um ano atrás, a OpenAI revolucionou o mundo da tecnologia com o lançamento do ChatGPT, um produto que apanhou a Google de surpresa. Desde então, a empresa tem estado a fazer todos os esforços para recuperar a iniciativa neste campo.
A primeira tentativa da Google foi o chatbot Google Bard, que, apesar das suas capacidades promissoras, ainda não conseguiu ofuscar o líder. No entanto, as esperanças da empresa estavam depositadas num outro projeto, um modelo de linguagem (LLM) conhecido apenas como ‘Gemini’.
O Gemini foi desenvolvido pela DeepMind, os criadores da tecnologia usada para criar o AlphaGo, uma das primeiras IA a vencer o campeão mundial do jogo de tabuleiro Go. No entanto, a Google enfrentou problemas técnicos com o Gemini, nomeadamente um desempenho inferior ao responder instruções em idiomas que não o inglês. Por isso, decidiu adiar o lançamento desta IA e optou por apresentar uma versão reduzida do mesmo “antes do final deste ano”.
O que o Google Gemini oferece?
O Gemini é o resultado da colaboração de equipas de toda a Google. Ao contrário de modelos anteriores, este foi desenvolvido desde o início para ser multimodal, o que significa que pode compreender e processar diferentes tipos de informação, como texto, código de programação, áudio, imagens e vídeo, bem como “sobressair na resolução de problemas complexos e no raciocínio conceptual”.
Os resultados dos seus testes foram, segundo a Google, “impressionantes”. O Gemini Ultra superou os modelos mais avançados em 30 das 32 métricas académicas de uso geral em pesquisa e desenvolvimento de modelos linguísticos. Com uma pontuação de 90,04% na compreensão massiva da linguagem multitarefa (MMLU), o Gemini Ultra até supera os especialistas humanos.
O Gemini também é flexível, podendo funcionar tanto em grandes centros de dados como em dispositivos móveis. O lançamento do Gemini inclui três variantes: Gemini Ultra, o modelo mais potente para tarefas complexas Gemini Pro, concebido para uma ampla gama de aplicações e Gemini Nano, o modelo mais eficiente, ideal para dispositivos móveis.
O Gemini não se limita à compreensão de texto, também pode entender, explicar e gerar código de alta qualidade em vários idiomas de programação populares. Este modelo destaca-se em testes comparativos de codificação e aspira a posicionar-se como uma ferramenta valiosa para os programadores, um setor onde alternativas como o ChatGPT e o GitHub Copilot já estão bem posicionados.
O Google Gemini representa uma tentativa ambiciosa da Google de recuperar o terreno perdido para a OpenAI no campo da IA. Com capacidades multimodais impressionantes e um forte foco na segurança e na responsabilidade, o Gemini tem o potencial de ser uma ferramenta poderosa tanto para utilizadores comuns como para programadores. No entanto, só o tempo dirá se conseguirá competir efetivamente com o ChatGPT da OpenAI.
Fonte: Cnbc
