Num mundo onde a inovação tecnológica é uma constante, a Apple tem-se mantido relativamente discreta no que toca ao desenvolvimento e aplicação de inteligência artificial (IA) nos seus produtos. Contudo, essa discrição não equivale a inatividade. Com a recente confirmação do CEO da Apple, Tim Cook, sobre os planos ambiciosos para a IA, 2024 promete ser o ano em que a gigante de Cupertino vai finalmente revelar o seu “plano mestre” para a IA generativa, integrada no iOS 18.
A Apple não é novata no campo da IA. Siri, o assistente virtual que já faz parte do quotidiano de muitos utilizadores de iPhone, é apenas a ponta do iceberg das capacidades de IA que a empresa já implementou nos seus dispositivos. No entanto, o anúncio de Tim Cook sugere que estamos à beira de uma mudança significativa, uma verdadeira revolução na forma como a IA será integrada e utilizada nos produtos da Apple.
A aquisição da DarwinAI, uma empresa especializada na otimização de processos de fabrico e reconhecida pela sua capacidade de tornar os sistemas mais compactos e eficientes, é um claro indicativo do compromisso da Apple em fortalecer a sua presença no setor da IA. A inclusão de Alexander Wong, um dos especialistas que contribuiu para o crescimento da DarwinAI, na equipa da Apple, é uma jogada estratégica que reforça a seriedade das intenções da empresa.
A DarwinAI é apenas a mais recente de uma série de aquisições de startups de IA pela Apple, que já conta com mais de 20 empresas adquiridas desde 2010. Cada aquisição traz consigo um conjunto de ideias, desenvolvimentos, patentes e tecnologias que, sem dúvida, serão fundamentais para impulsionar os planos da Apple na área da IA.
A expectativa é que o iOS 18 seja palco da “maior atualização da história do iPhone”, com muitas novidades centradas na IA. A conferência WWDC 2024, prevista para junho, é o palco escolhido para o anúncio oficial das novidades, que prometem revolucionar a experiência dos utilizadores de iPhone e outros dispositivos da marca.
Siri, o assistente que já conhecemos, parece estar destinado a sofrer transformações significativas, possivelmente adotando um modelo avançado de chatbot semelhante ao ChatGPT. No entanto, as especulações vão além, sugerindo que o assistente poderá adquirir capacidades de ação mais abrangentes, transformando-se num “ente todo poderoso” capaz de executar múltiplas ações dentro do sistema. A grande questão que permanece é se estas funcionalidades serão gratuitas ou pagas, e como será a sua implementação – localmente, nos servidores da Apple ou através de um modelo híbrido.
A integração da IA nos dispositivos da Apple tem o potencial de transformar a forma como interagimos com a tecnologia, tornando-a mais intuitiva, eficiente e, possivelmente, mais humana. A expectativa é alta, e a Apple tem a reputação de não desiludir.
Pessoalmente, estou entusiasmado com as possibilidades que a IA pode trazer para os produtos da Apple. A ideia de um Siri mais inteligente e capaz é particularmente atraente, pois poderá melhorar significativamente a experiência do utilizador.
Fonte: Bloomberg
