A inteligência artificial (IA) é, sem sombra de dúvida, a revolução tecnológica mais significativa desde a invenção da internet. Esta tecnologia, que outrora habitava apenas as páginas da ficção científica, hoje é uma realidade palpável e uma força transformadora no mundo dos negócios.
As empresas, grandes e pequenas, estão numa corrida para integrar a IA em os seus processos, procurando eficiência e vantagem competitiva. Mas, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, e é aqui que entra em cena um novo protagonista: o Chefe Artificial Intelligence Officer (CAIO), ou, em bom português, o Diretor de Inteligência Artificial.
Este novo perfil diretivo não é apenas mais um cargo com um nome em inglês para adornar as portas dos escritórios. O CAIO é uma peça-chave, um verdadeiro maestro que conduzirá a implementação da IA nas empresas. Segundo um estudo da consultora PwC, já em 2023, 73% das empresas nos EUA tinham começado a implantar modelos de IA generativa em algum setor de sua atividade. E os dados do Work Trend Index de 2024 da Microsoft indicam que 68% dos trabalhadores já utilizam IA no seu dia-a-dia laboral.
A função do CAIO é complexa e multifacetada. Ele ou ela deve ser o intermediário entre as necessidades da empresa e a aplicação da tecnologia pelos colaboradores, sempre atento aos aspectos éticos e ao cumprimento dos padrões legais. A IA, com o seu caráter transformador, afeta transversalmente todas as áreas de uma empresa, e alguém precisa fazer a ponte entre as necessidades técnicas, as capacidades da tecnologia e o plano de implementação. Não é um papel para um cientista de dados que se limita a escrever algoritmos; o CAIO estará mais envolvido na criação de aplicações práticas que aproveitem os Large Language Models (LLMs), como apontado por Greg Selker, da Stanton Chase, a Business Insider.
Os requisitos para assumir o posto de CAIO vão além dos conhecimentos técnicos exigidos de um científico de dados ou de um engenheiro de IA. O CAIO precisa ter uma visão holística, compreendendo o trabalho desses profissionais técnicos e sabendo como implementar a tecnologia. Deve também ser capaz de identificar qual modelo de IA se alinha com os interesses da empresa e garantir a conformidade com as normativas emergentes em matéria de ética e aplicação da IA.
Este novo perfil diretivo não se limita a grandes corporações, empresas de todos os tamanhos podem beneficiar de um CAIO. Inclusive, há serviços de consultoria, como o oferecido por Chris Daigle da ChiefAIOfficer.com, que sugerem que pequenas empresas podem não precisar de um CAIO interno, mas certamente necessitarão de orientação externa para navegar na implementação da IA.
Na minha opinião, a figura do CAIO é essencial para que as empresas possam aproveitar ao máximo o potencial da IA, garantindo que a sua implementação seja feita de forma ética e responsável. Este é um passo natural na evolução das organizações e um indicativo de que a IA deixou de ser uma promessa futurista para se tornar um componente indispensável no presente das empresas.