A Google está a dar mais um passo decisivo na modernização do Wear OS. Depois do grande redesenho que acompanha o Wear OS 6 em alguns Galaxy Watch, começa agora a notar‑se a chegada do Material 3 Expressive a aplicações do ecossistema. A primeira a ganhar destaque é o YouTube Music, que está a receber um novo visual no Tile — o atalho que aparece ao deslizar a partir do mostrador do relógio.
A atualização não fica limitada aos relógios já com Wear OS 6, o que é uma excelente notícia para quem tem modelos recentes baseados em versões anteriores.
O que muda no YouTube Music para Wear OS
A alteração mais imediata está no impacto visual. As playlists em destaque passam a surgir com fundos coloridos e um poster vertical com cantos arredondados, trazendo uma linguagem mais viva e consistente com a filosofia Material 3. No fundo do ecrã, o botão Explorar acompanha a curvatura do mostrador e “abraça” a margem, aproveitando melhor cada pixel do espaço disponível no pulso.

Para além da estética, há melhorias tangíveis na legibilidade e na interação:
- Tipografia mais espessa substitui as letras finas antigas, facilitando a leitura em movimento.
- Cada item das listas ocupa mais espaço vertical, aumentando a área de toque e reduzindo toques falhados.
- A seleção de playlists e o início da reprodução ficam mais diretos, com menos passos entre o utilizador e a música.
Este conjunto de escolhas aponta para um objetivo claro: tornar a experiência mais confortável no ecrã pequeno do relógio, sem perder a identidade do serviço.
Por que o Material 3 Expressive faz sentido no pulso
O Material 3 Expressive foi pensado para se adaptar a diferentes tamanhos de ecrã, cores e contrastes, mantendo coerência entre apps. Num smartwatch, isto traduz‑se em:
- Hierarquias visuais claras: títulos, botões e elementos importantes destacam‑se rapidamente.
- Cores funcionais: planos de fundo e cartões coloridos orientam o olhar e criam contexto sem sobrecarregar.
- Touch targets generosos: essenciais quando o dedo ocupa grande parte do ecrã.
Na prática, a nova aproximação minimiza atrito nas tarefas mais comuns — abrir o Tile, tocar numa playlist e começar a ouvir. É um ajuste simples que torna o relógio mais útil nos segundos em que mais precisamos dele, por exemplo antes de sair de casa ou durante um treino.
Disponibilidade e compatibilidade
Mesmo sendo uma peça do puzzle Wear OS 6, este redesenho do YouTube Music no Tile já aparece em relógios fora dessa versão. Ou seja, a Google está a distribuir o novo visual via atualização da própria app, sem obrigar a esperar por uma atualização completa do sistema.
Se ainda não o vê no seu relógio:
- Abra a Play Store no smartwatch e verifique atualizações para o YouTube Music.
- Reinicie o relógio após atualizar, para garantir que o novo Tile é carregado.
- Adicione novamente o Tile do YouTube Music, se necessário, a partir do gestor de Tiles.
Note que as funcionalidades de streaming e download dependem do seu plano de dados, ligação Wi‑Fi e, claro, da sua subscrição do YouTube Music.

E a Samsung? One UI Watch vai alinhar com o Material 3?
Uma questão em aberto é até onde a Samsung levará a integração do Material 3 Expressive nas suas apps de sistema e na camada One UI Watch. Mesmo com o Wear OS 6 a desembarcar em alguns Galaxy Watch, a Samsung mantém identidade própria nas suas aplicações. O mais provável é vermos um equilíbrio: apps da Google com Material 3 Expressive a conviver com apps da Samsung que continuam a seguir as linhas da One UI Watch. Para os utilizadores, o ideal é que esta convivência preserve a coerência base do Wear OS, sem sacrificar as otimizações que a Samsung tradicionalmente faz para bateria e desempenho.
Impacto no dia a dia: pequenas mudanças, ganhos reais
Quem usa o YouTube Music durante treinos, caminhadas ou deslocações rápidas vai sentir as vantagens:
- Menos toques para chegar à música desejada.
- Maior precisão ao tocar em listas e botões, graças às áreas de toque maiores.
- Melhor leitura em ambientes exteriores, graças à tipografia mais forte e contrastes mais definidos.
Estes ganhos, por mais discretos que pareçam, acumulam‑se no quotidiano. Um smartwatch só é realmente útil quando a interface não atrapalha — e este é um caso em que a forma segue a função.
O que esperar a seguir
O Tile renovado é um primeiro passo. Faz sentido que a Google estenda gradualmente o Material 3 Expressive ao resto da app no relógio e a outras aplicações chave do Wear OS, como Podcasts, Calendar ou Wallet. A uniformização beneficia a curva de aprendizagem e dá um ar contemporâneo ao ecossistema, algo particularmente importante numa altura em que o Apple Watch e os Galaxy Watch disputam atenção no segmento premium.
Se a Google manter este ritmo, 2025 pode ser o ano em que o Wear OS consolida uma linguagem visual moderna e consistente, reforçando a usabilidade sem sacrificar autonomia — um equilíbrio crítico no pulso.
Como tirar partido já hoje
- Atualize o YouTube Music no seu relógio via Play Store.
- Reorganize os seus Tiles para ter o YouTube Music nos primeiros lugares.
- Crie playlists curtas e temáticas: são mais fáceis de escolher num ecrã pequeno.
- Teste o controlo por voz com o Assistente para iniciar rapidamente uma playlist.
- Ajuste o brilho automático e o always‑on display para equilibrar visibilidade e bateria.
Com estes passos, a renovação visual não é apenas “mais bonita”: torna‑se realmente útil sempre que quiser música sem tirar o telemóvel do bolso.
Fonte: Sammobile








































