Youtube elimina 5 milhões de vídeos “inapropriados”

 

O Youtube eliminou cerca de 5 milhões de vídeos da sua plataforma nos últimos três meses de 2017. Estes vídeos foram eliminados devido a violações dos termos de uso do Youtube.

O Youtube (e outras empresas) tem sido criticado por governos e outras entidades da sociedade civil (como empresas de publicidade) por falta de acção contra conteudo extremista na plataforma. Algumas empresas como a Gamble Co ou a Undr Armour Inc chegaram mesmo a fazer boicote devido às suas publicidades aparecerem antes de vídeos que as mesmas consideraram totalmente “inapropriados”.

Colocar inteligência artificial a retirar automaticamente vídeos que marque enquanto inapropriados está a ser um sucesso? A empresa parece considerar que sim, segundo informação avançada pela Reuters na segunda-feira. Mas a empresa reconhece que o sistema ainda não está totalmente oleado, sendo que 1.6 milhões de vídeos que não foram identificados pela IA acabaram por ser eliminados devido à denúncia de utilizadores, activistas ou governos.

Também o Facebook anunciou na segunda-feira que eliminou 1.9 milhões de publicações ligadas a conteúdo extremista do Estado Islâmico ou da Al-Qaeda nos primeiros três meses de 2018.

Extremismo e Desinformação

Oficiais do Youtube sublinham que é muito mais fácil identificar e eliminar conteúdo extremista do que desinformação ou informação falsa. O conteúdo extremista, que contenha linguagem de ódio ou que incite directamente à violência, é fácil de detectar. É também relativamente consensual que vídeos que apelem à violência ou ao terrorismo devem ser eliminados do Youtube. Aquilo que constitui ou não “linguagem de ódio” já levanta mais questões. Mas onde o problema se torna realmente bicudo é na questão das “fake news”. É muito difícil colocar em prática um policiamento de “mentiras” sem atropelar de forma muito grave a liberdade de expressão. São raras as situações em que o modo de acção aparece enquanto claro e consensual: por exemplo, durante o tiroteio do Youtube, alguém entrou na conta de Twitter de um dos funcionários do Youtube para espalhar falsa informação. Nesse caso é claro que é dever (neste caso do Twitter) de parar a acção do(s) indivíduos) responsáveis pelo ataque e desinformação.

Porém, no discurso politico quotidiano a linha entre verdadeiro e falso, entre interpretação e manipulação é muito complicada. Além disso, estar errado e dizer mentiras são formas de discurso protegidas dentro da liberdade de expressão. Nesse sentido, torna-se perto de impossível de aplicar algum tipo de política da verdade que não viole directamente as liberdades fundamentais dos utilizadores da plataforma.

Fonte: Reuters

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