Ventos Solares Finalmente Compreendidos Graças à Sonda Solar Orbiter

Sabemos que os ventos solares são uma parte fundamental do funcionamento do nosso Sol, no entanto apesar de conhecermos a sua existência não conhecíamos a sua origem, até agora. As imagens obtidas pela sonda Solar Orbiter parecem vir a mudar a nossa perspetiva sobre os ventos solares.

Em 2022 a Solar Orbiter, uma sonda operada pela NASA e pela ESA cuja missão é a exploração do Sol, recolheu as melhores imagens da nossa estrela até à data. Isto foi conseguido devido ao instrumento Extreme Ultraviolet Imager (EUI) a bordo da sonda. Após meses de análise e de pesquisa, os cientistas poderão finalmente ter uma resposta quanto à origem dos ventos solares.

Através das imagens capturadas, um grupo de cientistas conseguiu identificar vários jatos que foram emitidos de uma zona do Sol conhecida como “buraco coronal”. A equipa de investigação chamou a estes jatos de “jatos picoflare”, visto que contêm cerca de um trilionésimo da energia que as maiores erupções solares geram.

Os “jatos picoflare” aparentam medir algumas centenas de quilómetros em comprimento, conseguem atingir velocidades de cerca de 100 Km/h e parecem ter uma duração média de 20 a 100 segundos. A equipa de investigação acredita que estes jatos têm o poder de emitir plasma de alta temperatura, suficiente para serem considerados uma fonte dos ventos solares do nosso sistema.

“Os jatos picoflare que observámos são os mais pequenos, e energeticamente os mais fracos, tipos de jatos na coroa solar que não tinham sido observados antes. Ainda assim, o conteúdo energético de um único jato de picoflare que dura cerca de 1 minuto é igual à energia média consumida por cerca de 10 000 casas no Reino Unido durante um ano inteiro”, afirmou Lakshmi Pradeep Chitta, o principal autor deste estudo no Instituto Max Planck para a Investigação Solar.

Os buracos coronais já são conhecidos à muito tempo como as regiões de origem do fenómeno e os cientistas ainda estão a tentar descobrir o mecanismo exato de como as correntes de plasma surgem. No entanto, esta descoberta poderá finalmente dar a resposta a perguntas que são feitas à tantos anos.

A equipa de Lakshmi Chitta irá continuar a observar os vários buracos coronais presentes no Sol e ainda outras possíveis fontes de ventos solares. Para além da informação que poderá finalmente dar-nos respostas sobre a criação de ventos solares e dos fluxos de plasma responsáveis pela produção de auroras no nosso planeta, as próximas observações poderão também esclarecer por que razão a superfície solar é mais quente que o seu interior.

Fonte: ESA

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