A partir de setembro será legalizada no Uruguai a plantação de marijuana. A decisão surge após o Governo do país ter proposto uma nova legislação para legalizar a comercialização da planta cannabis, no entanto a venda a outros países é proibida.
A decisão do Governo do Uruguai está a gerar uma forte polémica no país. José Mujica, líder do Governo, pretende legalizar o comércio de marijuana de modo a diminuir a criminalidade e o mercado negro existente no país devido à comercialização e consumo de drogas.
A proposta de lei tem como objetivo regular a produção e a venda e deve ser aprovada em breve pelo Congresso, onde a Frente Ampla é maioritária, partido de José Mujica.
Se a proposta chegar a ser aprovada, em setembro dá-se início à plantação de marijuana sendo a colheita feita seis meses depois. Assim, em 2013 já será possível comercializar a droga de forma legal dentro do país, sendo proibida a exportação.
Em resposta às críticas, o Governo de José Mujica afirmou que a medida terá restrições sendo proibição da venda a estrangeiros para evitar o turismo associado ao consumo de marijuana e cada pessoa apenas poderá comprar 30 gramas por mês, peso que será contabilizado através de um registo feito pelo próprio Governo.
A proposta foi bem aceite e apoiada pelos ativistas que ao longo dos anos têm defendido a legalização da marijuana. Martín Collazo, membro da organização Prolegal afirma que “para nós, a legalização da marijuana é um ataque directo ao narcotráfico, que se sustenta na política proibicionista que até os Estados Unidos reconhecem que fracassou”, lê-se no Público.
Já a deputada do Partido Nacional, Ana Lia Piñeyrúa, mostra-se contra a proposta do Governo: “Não sou partidária de liberalizar a comercialização porque se não conseguimos controlar outras coisas, muito menos vamos poder controlar isto”, disse à Reuters. Para além disso, salientou, “há enormes dúvidas sobre a forma como vai funcionar a legalização”.
O secretário-geral da Junta nacional das Drogas do Uruguai, Júlio Calzada, disse a plantação da marijuana será não só para o consumo para fins recreativos mas também parte da produção será usada em medicamentos para doenças oncológicas. Já o lucro dos impostos cobrados pelas vendas deverá ser usado no financiamento de programas de reabilitação.