O que têm em comum a Microsoft Azure, a Amazon Web Services e a Google Cloud? Muitas coisas, certamente, mas três delas destacam-se: são serviços de computação em nuvem, estão no topo das escolhas a nível global e pertencem a empresas americanas. Esta realidade tem levantado preocupações na União Europeia, uma vez que a presença de empresas locais no mercado global de computação em nuvem é pouco relevante e, para agravar a situação, é ultrapassada por atores chineses como a Tencent ou a Alibaba.
Para contrariar esta tendência, Bruxelas aprovou um plano de ajuda estatal para impulsionar empresas de sete dos seus Estados-Membros. O projeto, denominado IPCEI Next Generation Cloud Infrastructure and Services (IPCEI CIS), inclui um financiamento público de 1.200 milhões de euros. Este fundo, que contará com a contribuição de França, Alemanha, Hungria, Itália, Países Baixos, Polónia e Espanha, será complementado por um investimento de 1.400 milhões de dólares provenientes de atores privados.
O objetivo é impulsionar “projetos inovadores” de 19 empresas dos Estados-Membros. Didier Reynders, Comissário da Justiça e Competição da UE, destacou que o projeto criará inicialmente cerca de 1.000 postos de trabalho diretos e indiretos. O IPCEI procurará desenvolver software para uma arquitetura híbrida de múltiplos fornecedores, com o objetivo de oferecer serviços interoperáveis.
Para a UE, esta dinâmica melhorará a competitividade das empresas do bloco. A nível técnico, espera-se que reduza a necessidade de transmitir grandes volumes de dados para servidores centralizados, melhorando o desempenho para os utilizadores que utilizam os seus serviços.
Entre as empresas que fazem parte do IPCEI encontram-se a Telecom Italia, SAP, Orange, Deutsche Telekom e Atos. Adicionalmente, participarão 90 empresas de outros estados, elevando o número de países participantes a uma dúzia.
Os serviços de computação em nuvem desempenham um papel cada vez mais importante neste mundo interconectado. Estes estão presentes, direta ou indiretamente, em muitos serviços que utilizamos, desde ouvir música no Spotify até jogar na nuvem.
Uma das grandes vantagens da computação em nuvem é a possibilidade de contratar serviços facilmente expansíveis e reduzir a necessidade de alocar recursos para montar uma infraestrutura local. Em outras palavras, utilizar os servidores de uma empresa como a Microsoft em vez de ter os próprios.
Na minha opinião, esta é uma estratégia acertada, uma vez que a computação em nuvem é um setor em rápido crescimento e com um enorme potencial para o futuro. A UE precisa de ter uma presença forte neste mercado para garantir a sua competitividade a nível global.
Fonte: Ec.Europa