A União Europeia (UE) está a preparar uma revolução no mundo dos dispositivos móveis com a implementação de novas regras em 2027. Estas mudanças visam tornar a substituição de baterias em dispositivos portáteis mais acessível para o utilizador comum. A partir desse ano, as baterias incorporadas nos dispositivos terão de ser extraíveis e substituíveis de forma mais simples. Este novo regulamento promete ter um impacto significativo nos fabricantes de smartphones e outros dispositivos portáteis.
Tecnicamente, a bateria de qualquer smartphone já é extraível e substituível. No entanto, o processo pode ser extremamente complicado e muitas vezes requer ferramentas especializadas e conhecimentos técnicos. Esta complexidade faz com que a maioria dos utilizadores opte por recorrer a serviços de reparação profissionais, o que pode ser dispendioso e demorado.
Apple e as Novas Regras
A Apple, uma das gigantes da tecnologia, já está a trabalhar para se adaptar às novas exigências da UE. Com o lançamento dos iPhone 15 Pro Max e iPhone 15 Pro, a empresa introduziu um novo material: o titânio. Este material substituiu o aço inoxidável que tem sido utilizado em gerações anteriores de iPhones. No entanto, segundo previsões do analista Ming-Chi Kuo, o aço inoxidável poderá voltar a ser utilizado em futuros modelos de iPhones, como o iPhone 16 Pro Max.
Para cumprir as novas regras da UE, a Apple está a planear implementar uma estrutura de aço inoxidável com um duplo propósito. Primeiro, para satisfazer as exigências da UE e tornar a bateria mais fácil de extrair. Segundo, para permitir um aumento na densidade energética da bateria, que poderá crescer entre 5% e 10%, de acordo com Kuo.
Além disso, a Apple está a explorar novas soluções para simplificar ainda mais o processo de substituição da bateria. Segundo informações do site The Information, a empresa está a desenvolver um sistema que substituirá as tradicionais abas adesivas que seguram a bateria por um suporte metálico que se abre através de corrente elétrica. Esta inovação poderá tornar o processo de substituição da bateria mais rápido e menos complicado para os utilizadores.
A Apple não está sozinha nesta corrida para se adaptar às novas regras da UE. Todos os fabricantes de smartphones terão de tornar a substituição das baterias mais acessível. A Samsung, por exemplo, tem sido criticada pela dificuldade em substituir componentes nos seus dispositivos. A empresa de reparações iFixit chegou a terminar a sua colaboração com a Samsung devido ao elevado grau de dificuldade na substituição de componentes.
Nas futuras gerações de dispositivos Galaxy, a Samsung terá de implementar mudanças significativas para facilitar a substituição das baterias. O mesmo se aplica a outros fabricantes, que terão de encontrar soluções inovadoras para cumprir as novas regulamentações da UE.
