Tiangong-1 já caiu na Terra e não causou danos

A estação espacial fora do controlo da China (Tiangong-1) entrou finalmente na atmosfera e caiu algures na parte sul do Oceano Pacifico. O engenho em descida entrou na atmosfera por volta das 01:16 da madrugada (tempo de Lisboa) do dia 2 de Abril, de acordo com o Comando Estratégico dos Estados Unidos da América (citado pelo The Verge). Estes dados do Comando Estratégico foram confirmados por 8 organizações de diferentes países.

Assim sendo, a Tiangong-1 voltou à terra após 7 anos em órbita no espaço. Felizmente, e contrariando as preocupações de milhões de pessoas em todo o mundo, a sua queda não causou danos físicos ou materiais a ninguém.

Era muito complicado (próximo de impossível) prever com precisão a hora da descida do satélite, ou o local onde o mesmo acabaria por cair. Primeiro, a janela de queda foi colocada para este fim de semana, com maior probabilidade de queda no Domingo. No Domingo à tarde foi possível criar uma janela temporal onde seria mais provável que a queda ocorresse. A dificuldade de colocar precisão da estimativa de queda explicasse devido à elevada velocidade do engenho. Numa órbita descendente que rondava os 28066km/h, bastaria que a hora de reentrada falhasse por 30 minutos para que o local de queda fosse radicalmente diferente. Assim sendo, qualquer previsão de tempo ou queda apenas se poderia basear em modelos probabilísticos.

Este satélite é muito pesado e denso, e nessa medida os especialistas consideravam (com razão) que pedaços sólidos do mesmo sobreviveriam à entrada na atmosfera. Ainda assim, a probabilidade de algum destes pedaços atingir um ser humano sempre foi muito baixa: basicamente, uma probabilidade de um em um trilião! Esta baixa probabilidade explica-se pelo facto de que a maioria da superfície terrestre corresponder a oceano, e a maioria da terra não se encontrar habitada. Os seres humanos individuais são “coisas pequenas”, e mesmo as nossas cidades são pequenos pontos comparados à vastidão do planeta azul.

Por norma, as quedas de satélites ocorrem de forma mais controlada do que a queda do Tiangong-1. Neste caso em particular, a China perdeu totalmente a comunicação com o satélite, tendo o mesmo ficado “à deriva” a orbitar o planeta até uma eventual queda. Por norma, quando um satélite termina a sua missão ou precisa de ser colocado fora de órbita por algum motivo, a queda é controlada para que ocorra no oceano.

Nos próximos tempos, espera-se uma multiplicação dos satélites em órbita, na sequência do anúncio de Elon Musk que construirá uma rede de banda larga global com base em mais do que 4 mil satélites.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui