Há pouco mais de uma semana, a Tesla, uma das empresas mais inovadoras do sector automóvel, liderada pelo visionário Elon Musk, enfrentou algumas críticas polémicas. A empresa, que tem sido ambiciosa na sua visão de condução autónoma, tem enfrentado sérios desafios. Um ex-funcionário da empresa revelou problemas significativos com o Autopilot, uma parte crucial da experiência de condução autónoma da Tesla.
Elon Musk tem prometido o nível cinco de condução autónoma há anos, mas a realidade é que a Tesla ainda se encontra no nível dois. A decisão controversa de abandonar vários tipos de sensores e basear o funcionamento do sistema exclusivamente em câmaras tem levantado questões sobre a segurança do Autopilot, mesmo neste nível.
A situação torna-se mais preocupante quando se descobre que, mesmo neste nível, o Autopilot tem problemas sérios. A segurança do sistema tem sido questionada, com relatos de utilizadores, ex-funcionários e investigações abertas a lançar dúvidas sobre a sua fiabilidade.
A Tesla tem enfrentado várias investigações por parte dos reguladores, especialmente nos Estados Unidos. Recentemente, a empresa foi forçada a chamar para revisão quase todos os carros que vendeu nos EUA, cerca de dois milhões, desde 2012. A razão? O Autopilot não funciona como deveria.
De acordo com a Administração Nacional de Segurança do Tráfego nas Estradas (NHTSA), o regulador americano, os sistemas dos veículos da Tesla falham na supervisão do condutor, mesmo quando os sistemas de condução assistida/autónoma estão activos. Para este fim, outros fabricantes integram câmaras internas que verificam se o utilizador está realmente a prestar atenção à estrada e ao trânsito.
Esta medida afecta todos os modelos 3, S, Y e X vendidos nos últimos onze anos nos Estados Unidos. Por enquanto, a NHTSA impôs uma actualização OTA (Over The Air) do software dos Tesla afetados, que certamente reduzirá os cenários de uso e/ou o alcance das mesmas. No entanto, se mesmo após esta actualização continuarem a ser detetados falhas, o problema pode ter soluções muito mais complexas.
Os problemas com o Autopilot, especialmente em termos de segurança, são preocupantes e levantam questões sobre a viabilidade da condução autónoma no futuro próximo. A minha opinião é que, embora a visão da Tesla seja inspiradora, a empresa precisa de enfrentar estes problemas de frente e garantir que a segurança é a prioridade número um. A condução autónoma tem o potencial de revolucionar a forma como viajamos, mas só se for segura e fiável.
Fonte: nytimes