Tecnologia ajuda a evitar desastres ambientais por fuga de combustível

Foi desenvolvida no Porto uma tecnologia que vai tornar possível a monitorização remota e de forma contínua de mangueiras submersas, permitindo assim a manutenção preventiva e a deteção de fugas, evitando potenciais desastres ambientais. Já foram submetidos dois pedidos de patente, segundo se lê em nota de imprensa.

O objetivo passava por desenvolver uma solução de comunicações sem fios subaquática que permitisse monitorizar as mangueiras submersas que são usadas no transporte de fluídos, incluindo crude e água salgada, entre navios e refinarias em terra e nas plataformas petrolíferas em alto mar.

Esta solução de comunicações sem fios, baseada em indução magnética e comunicações em multi-salto, é pioneira à escala mundial e foi desenvolvida por um grupo de investigadores do Centro de Telecomunicações e Multimédia do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC). A tecnologia permite assim monitorizar remotamente mangueiras submersas, com um comprimento até 150 metros, ao longo de vários anos, sem necessidade de substituição das baterias dos nós de comunicações.

A ideia, no futuro, é que a tecnologia desenvolvida seja integrada em mangueiras utilizadas pelas empresas para o transporte de fluídos, por exemplo, no caso da trasfega de crude entre navios e refinarias em terra.

“Atualmente, a monitorização destas mangueiras é feita por mergulhadores, o que tem custos associados à contratação de recursos humanos especializados. Além disso, esta monitorização está limitada a águas pouco profundas e é feita com periodicidade de meses. A tecnologia desenvolvida permite a monitorização remota contínua com custos significativamente menores, e é aplicável quer em águas pouco profundas quer em águas profundas”, explica Rui Campos, coordenador da área redes sem fios do INESC TEC.

O UnWSN, ao tratar-se de uma solução de comunicações sem fios, permite que as atuais ferramentas utilizadas, como as comunicações acústicas ou os rádios com alcances limitados, sejam substituídas por sensores, instalados em mangueiras  durante vários anos.

Segundo Rui Campos, esta solução pode vir a desempenhar “um papel verdadeiramente pioneiro” na indústria petrolífera que tipicamente dependa da utilização de vários equipamentos submersos. Mas não só, também no setor das eólicas “offshore” e da aquacultura “offshore”, esta solução poderá vir a ter um grande impacto. “Esta solução poderá ter impacto no âmbito da monitorização em tempo real de objetos ou equipamentos submersos, quer em ambiente fluvial quer em ambiente marítimo”, frisou.

O investigador acrescenta que, no âmbito do UnWSN, já foram submetidos dois pedidos de patente, estando neste momento à espera de respostas de modo a que a solução possa vir a ser aplicada na indústria.

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