Super Mario Bros. Wonder: Uma tradição com um toque de inovação

Escrever sobre o novo ‘Super Mario Bros. Wonder’ é, de certa forma, escrever sobre todos os ‘Super Mario’. Esta constatação não é um problema, mas sim uma celebração do que tem mantido a franquia viva e vibrante desde a década de 80. Poucas franquias podem se orgulhar de ter mantido a sua essência intacta ao longo dos anos, tal como a icónica mascote da Nintendo.

O novo ‘Super Mario Bros. Wonder’ vai além dos homenagens inevitáveis e regressos estéticos, desde Bowser aos Goombas, passando pelos poderes clássicos, os blocos de tijolo, as moedas, as flores, os próprios personagens jogáveis, e tudo o mais. O jogo também apresenta novidades que são reformulações das mecânicas de sempre, como as Flores Maravilha, que são uma versão hipervitaminada e algo lisérgica dos clássicos períodos de invulnerabilidade onde “tudo vale”.

A Nintendo respeitou as sutilezas dos ‘Super Mario’ clássicos, ensinando-nos a jogar sem tutoriais enfadonhos. Através de prémios sem risco que favorecem a experimentação, espaços seguros para testar superpoderes, e sutis indicações de movimento com iscas e inimigos, ‘Super Mario Bros. Wonder’ é, como os melhores Super Mario, um videojogo em estado puro.

O novo ‘Super Mario Wonder’ é mais herdeiro das últimas iterações clássicas, como ‘New Super Mario Bros. A dificuldade é extremamente acessível e sem graves obstáculos que atrapalhem até o jogador mais desajeitado. Claro, ‘Super Mario Wonder’ tem surpresas para manter ocupados os amantes de desafios mas mantém o propósito de “que todo o mundo possa desfrutá-lo”, próprio dos jogos mais bem-sucedidos da Nintendo.

Por que a Nintendo precisa de um Mario em 2D?

Existem razões de peso para que, nesta fase do jogo, a Nintendo lance quase por surpresa um jogo de Mario. A primeira e mais óbvia é dar vida e motivos para a compra da Nintendo Switch aos jogadores que ainda não a possuem, no período final de vida da mesma e antes da chegada da sua sucessora (ainda sem anunciar, mas com possível chegada em 2024).

A Nintendo tem aprimorado a sua identidade em jogos 2D desde os anos 80, e nunca abandonou completamente essa identificação. As suas franquias mais populares foram aprimoradas nessa década, e os últimos jogos das mesmas, por muito que as sagas tenham evoluído, são respeitosos com aquele legado. Mario é o único que escapa dessas limitações, já que se prodiga em jogos que vão da simulação desportiva arcade à estratégia por turnos para todos os públicos.

Surpreende, dada a importância vital de Mario para a Nintendo, que já tenham passado onze anos desde o último Super Mario clássico: um já distante ‘New Super Mario Bros. U’. ‘Wonder’ é uma extensão visual e mecânica desta última versão, e existe porque a Nintendo quer deixar claro que continua atenta à sua filosofia clássica: jogos divertidos, acessíveis, sem complicações, mas também dispostos a proporcionar horas de desafios se isso é o que o jogador procura.

Este equilíbrio entre o velho e o novo é, na minha opinião, o que faz deste jogo um marco na história da franquia. A Nintendo mostrou, mais uma vez, que é capaz de reinventar-se sem perder a sua identidade. E, no final das contas, se não podemos confiar num novo jogo de Mario.

Fonte: Nintendo

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