O serviço de Internet Starlink da SpaceX exige uma densa constelação de satélites para fornecer conectividade consistente e de baixa latência. Assim, a rede de satélites na órbita da Terra prejudica a observação do espaço, o que faz com que os astrónomos estejam descontentes, já que se podem ver os sinais destes satélites nas imagens do espaço.
O sistema da Starlink já possui mais de 1.500 satélites em órbita e recebeu aprovação para operar 12.000, o que tem causado cada vez mais preocupação aos cientistas. Embora a SpaceX tenha tomado medidas para reduzir o impacto dos seus equipamentos, ao colocar nos seus novos satélites uma tecnologia que reduz o se brilho, não será suficiente para eliminar os rastos deixados pelos satélites.
Ao longo do tempo, o número de imagens prejudicadas pelos satélites tem vindo a aumentar, e os cientistas estimam que quando a constelação Starlink estiver completa, quase 100% das imagens vão sair prejudicadas.
O equipamento utilizado para analise foi apelidado de Zwicky Transient Facility (ZTF) e encontra-se no Observatório Palomar. A ZTF foi projetado para captar eventos raros, como supernovas. Este dispositiva analisa o céu repetidamente, sendo que o software avalia as imagens no sentido de avaliar se possui objetos que não constavam nas primeiras imagens, mas que apareceram nestas últimas. A alta sensibilidade do ZTF torna-o numa peça essencial no que respeita à identificação de objetos mais escuros, de que são exemplo os asteroides.
Uma das mais valias do ZTF é o seu campo de visão, que é bastante amplo, e a sua grande câmara.
No principio do estudo, quando havia apenas cerca de 100 Starlinks em órbita, era relativamente comum registarem-se períodos de dez dias de observação em que não foi detectado nenhum satélite, contudo este número mudou radicalmente assim que passaram a estar no espaço 500 satélites, sendo que eram detectados cerca de 200 em igual período. Este número revela que o aumento de satélites do espaço vai prejudicar cada vez mais as imagens.
