O mundo tecnológico está em constante mutação, com inovações que surgem a um ritmo vertiginoso, definindo e redefinindo as preferências dos consumidores. No entusiasmo de acompanhar as últimas tendências, algumas categorias de produtos enfrentam momentos de glória, enquanto outras vislumbram seu brilho a diminuir.
É neste cenário que o mercado de tablets, outrora dominante, parece agora caminhar sobre um terreno instável – uma realidade que não poupa nem mesmo os gigantes da tecnologia, como a Samsung, lê-se no GSM Arena.
O ano de 2023 não foi simpático para o setor de tablets. Um relatório do IDC destaca a contínua queda de vendas, uma tendência que afeta diretamente a Samsung, que, apesar de manter sua posição como segunda marca em vendas de tablets, enfrentou uma queda significativa. A empresa sul-coreana encerrou o ano com a venda de 26,2 milhões de unidades, o que pode parecer um número sólido, mas representa uma redução de 13,9% em relação ao ano anterior. Quando comparado ao total de 30,4 milhões de unidades vendidas em 2022, o declínio é notável e sinaliza uma mudança nas correntes do mercado.
Apesar das vendas sempre impressionantes, a Samsung ainda está a uma distância considerável da Apple, que quase duplicou os números do seu concorrente sul-coreano com 48,5 milhões de unidades vendidas em 2023. É de salientar, no entanto, que a gigante de Cupertino também não está imune aos ventos desfavoráveis, tendo experimentado uma queda de 19,8% em comparação com o ano anterior.
A Samsung não se acomodou face às adversidades. Ao longo de 2023, lançou modelos como a Samsung Galaxy Tab S9 Ultra e os seus irmãos menores, a Galaxy Tab S9+ e a Galaxy Tab S9, além de renovar a sua gama económica com os Galaxy Tab A9 e Galaxy Tab A9+. No entanto, mesmo com esses lançamentos interessantes, a empresa não conseguiu reverter a tendência negativa das vendas.
Não apenas a Samsung e a Apple, mas também outras marcas como Lenovo, Huawei e Amazon, sentiram o impacto da queda nas vendas. A realidade é que o interesse do público em tablets diminuiu, e essa desaceleração não parece ter um fim à vista no curto prazo. O mercado está a reajustar-se e as empresas devem adaptar-se a esta nova realidade.
As vendas em declínio são uma consequência de um mercado saturado e da evolução de dispositivos alternativos, como smartphones de tela grande e laptops ultraportáteis.
A Samsung, sendo um colosso tecnológico, tem a capacidade de se reinventar e talvez até de redirecionar o curso deste mercado. No entanto, para tal, será preciso um entendimento profundo das necessidades atuais do consumidor e uma aposta em características que diferenciem o tablet de outros dispositivos, talvez integrando-o em ecossistemas mais amplos de produtos e serviços.
O futuro do mercado de tablets é incerto, mas uma coisa é certa: a inovação e a capacidade de prever e responder às tendências de consumo serão a chave para quem deseja não apenas sobreviver, mas prosperar neste segmento volátil.