A próxima geração de MacBooks promete ser (como quase todos os anúncios da Apple) “revolucionária”. No entanto, a revolução, desta vez, pode redundar num regresso ao passado, pelo menos se os últimos rumores se confirmarem.
Depois de eliminar a maioria das portas no MacBook Pro, em 2016, e no MacBook Air, a partir da versão de 2018, (já para não falar na versão de 12 polegadas, de 2015, entretanto descontinuada, com uma única porta USB-C) a Apple pode recuar e voltar a introduzir mais portas nos modelos a apresentar no segundo semestre de 2021 ou, possivelmente, em 2022.
Os atuais portáteis da Apple, com processador M1, estão apetrechados por duas ou mais portas USB-C/Thunderbolt, sendo que qualquer uma delas serve simultaneamente para carregamento. Porém, de acordo com os últimos rumores, a Apple pode introduzir um leitor de SD nos futuros modelos da gama Pro (abolido desde 2016), e ainda regressar ao sistema de carregamento Magsafe. De referir que estes novos portáteis prometem uma alteração ao design.
Mas até que ponto a reintrodução de portas é sinónimo de progresso? As marcas que comercializam periféricos para Apple também se adaptaram e hoje vê-se cada vez mais dispositivos com entradas USB-C, incluindo monitores, que evitam ligações a equipamentos secundários. Por outro lado, a tecnologia tende a ser cada vez mais wireless, com menos cabos e fios. Resultado disso é a aposta, cada vez maior, por parte da Apple, em tecnologias como Airdrop e Airplay, por exemplo.
Até as máquinas fotográficas, desde as amadoras às mais profissionais, dispõem de sistemas de transferência de ficheiros sem fios, que evitam as ligações por cabos.
Tecnologia cada vez mais wireless
A tendência dos últimos anos da marca de Cupertino passou por eliminar entradas (tidas como desnecessárias) em vários dispositivos, em detrimento de ligações sem fio, por Wi-Fi ou Bluetooth. Tal é visível nos modelos de iPhone, a partir da oitava geração, assim como nos portáteis Air e Pro mais recentes. Esta estratégica está alinhada com o lançamento de produtos como os Airpods, que dispensam quaisquer fios.
A verdade é que esta decisão, apesar de controversa, motivou o crescimento do mercado de dongles, ou adaptadores, para satisfação dos comerciantes que gravitam em torno dos modelos da “marca da maçã”. A eliminação de portas foi, inclusive, seguida por algumas marcas concorrentes, à boleia do “revolucionário” USB-C, o que vem confirmar que a estratégia da Apple estava certa.
Resta esperar para ver como serão os novos modelos de portáteis. Certo parece ser a diminuição das bezels (ou bordas), que vão permitir colocar um ecrã maior (14 polegadas em vez das habituais 13, por exemplo) no tamanho que já conhecemos. Espera-se, ainda, um melhoramento da câmara frontal, com 720p de resolução e qualidade paupérrima, cada vez mais utilizada em chamadas de vídeo.