Reestruturação da Nokia deixa quatro mil no desemprego

A produção de telemóveis será transferida na sua maioria para a Ásia, deixando duas fábricas europeias e uma sul americana em serviços mínimos. Despedimentos acontecerão até ao final do ano.

Salo na Finlândia, Komarom na Hungria e Reynosa no México deixarão de fazer a montagem dos produtos Nokia, passando apenas a fazer a costumização dos dispositivos tendo em conta os diferentes mercados. A decisão de mover as principais linhas de produção para a Ásia é meramente estratégica segundo a empresa finlandesa, pois permite uma melhor integração com as fábricas que fornecem os componentes.

“Trocar a linha de montagem para a Ásia tem como principal objectivo aumentar o timming da empresa no mercado. Ao trabalharmos mais próximos dos nossos fornecedores, acreditamos que será possível introduzir no mercado inovações de forma mais rápida, e consequentemente, mais competitiva“, disse Niklas Savander, vice presidente executivo para os mercados da Nokia em comunicado oficial.

Da reestruturação da Nokia resultam quatro mil desempregados, que representam sete por cento do total de trabalhadores da fabricante finlandesa. O despedimento dos trabalhadores será feito de maneira faseada até ao final do ano. Os empregados afectados receberão apoio financeiro da empresa bem como assistência para arranjar novos empregos na área de residência.

Há ainda a possibilidade de o números de trabalhadores despedidos aumentar para os dez mil, caso a Nokia decida incluir na nova estratégia a fábrica romena da cidade de Cluj. Em declarações ao site Engadget, os porta-vozes da empresa finlandesa disseram que a fábrica brasileira de Manaus não sofrerá de momento qualquer tipo de reestruturação.

As mudanças na Nokia começaram em Abril de 2011 com o despedimento, também na altura, de quatro mil trabalhadores. A parceria com a Microsoft e a adopção do sistema operativo móvel Windows Phone 7 por troca com o Symbian estão na base de todas as mudanças efectuadas. A perda de lucros e de quota de mercado constante obrigou os responsáveis da empresa finlandesa a repensar toda a estratégia económica.

Steven Elop, o CEO da Nokia que veio da Microsoft, tem uma estratégia bem delineada e pretende cumpri-la à risca para que o Windows Phone consiga sobreviver à feroz concorrência. O espírito de «austeridade» dentro da Nokia é partilhado por toda a direcção que considera não haver um plano B caso a aposta no WP seja um fracasso: “o plano B é de que o plano A tem que funcionar, ainda que não seja fácil pois é como se a Nokia estivesse a começar do zero outra vez” disse Victor Saejis, vice presidente da multinacional.

Os últimos indicadores de 2011 mostram que a Nokia parece estar em recuperação, ao aumentar a venda de smartphones em 17 por cento relativamente ao terceiro trimestre de 2011.

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