Projeto científico quer simular cérebro humano num supercomputador

Human brain, conceptual artworkDe todas as máquinas alguma vez construídas pelo homem, nenhuma é tão complexa como aquela que lhes dá origem: o cérebro humano. Pelo menos, até agora.

Dirigido pelo neurocientista Henry Markram, “The Human Brain Project” é um mega projeto que pretende simular o cérebro humano num computador e no qual estão envolvidas dezenas de instituições europeias e internacionais – incluindo a portuguesa Fundação Champalimaud.

Embora parcialmente financiado pela Comissão Europeia, o projeto continua a inspirar algum ceticismo por parte de alguns, dados os seus objetivos: conseguir recriar, num supercomputador, os 100 mil milhões de neurónios ligados por 100 biliões de sinapses que constituem o cérebro humano. Para isso, os mais de 200 investigadores envolvidos no projeto terão de conceber uma máquina cerca de mil vezes mais poderosa que os supercomputadores atuais.

Mas porquê criar algo assim? “Entender o cérebro como um único sistema integrando múltiplos níveis de organização é uma pré-condição para prevenir ou curar doenças psiquiátricas e neurológicas, como a depressão, o Alzheimer e o autismo; também é fundamental para construir tecnologias de computação capazes de competir com o poder computacional do cérebro, a sua adaptabilidade, robustez e eficiência.”

Os objetivos são tão mais importantes quando contextualizados: “De acordo com um estudo recente, quase um terço dos cidadãos europeus são afetados por algum tipo de doença cerebral, sendo a mais frequente a dor de cabeça (153 milhões afetados todos os anos), distúrbios de ansiedade (69 milhões), distúrbios do sono (45 milhões) e distúrbios de humor (33 milhões).

O estudo calcula o custo anual para a economia europeia de quase 800 mil milhões de euros. À medida que as populações europeias envelhecem, o número de cidadãos afetados e os custos associados irão crescer de forma inevitável, potencialmente até níveis insustentáveis”, explica a página do projeto.

O projeto deverá arrancar este ano, e espera-se que decorra até 2023, num total de 10 anos, com um financiamento estimado de 1,19 mil milhões de euros.

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