Portugal prepara reguladores financeiros e bancários com base em big data, IA e blockchain

O projeto europeu FinTech (A FINancial supervision and TECHnology compliance training programme), coordenado em Portugal pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), pretende ajudar os reguladores europeus dos setores bancário e financeiro a criar um quadro regulatório comum, adequado à adoção das inovações operacionais promovidas pelas Fintech, assentes em análises de big data, Inteligência Artificial (IA) e tecnologias blockchain.

Estas novas tecnologias deverão permitir ao setor transações mais rápidas, maior transparência e redução dos custos de operação.

“Existe atualmente na Europa uma grande necessidade de melhorar a competitividade do setor FinTech, assente num enquadramento regulatório comum, que além de outros objetivos, crie condições para a inovação assente em análises de Big Data, IA e tecnologias blockchain e permita aos agentes económicos a medição correta e a gestão eficiente de riscos. O projeto assenta em duas áreas: a formação e o desenvolvimento de modelos de gestão de risco baseados em blockchain e IA. Em Portugal temos trabalhado com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), fornecendo formação para que seja possível aumentar a eficiência das atividades de supervisão utilizando estas tecnologias”, afirma Paula Brito, investigadora do INESC TEC e professora na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) em comunicado enviado à imprensa.

Além das atividades de formação, que incluem workshops de investigação com reguladores internacionais e com Fintech e a banca, o projeto está também a desenvolver modelos de gestão de risco (em código aberto), baseados em blockchain e IA. Três abordagens estão a ser seguidas: utilização de IA na gestão de risco na banca e para empréstimos P2P, na gestão de risco em investimentos financeiros e consultoria financeira automatizada, e na gestão de risco em pagamentos de blockchain e criptomoedas.

“O impacto deste projeto é transversal uma vez que os modelos de gestão de risco são igualmente úteis a todo o setor bancário e financeiro, e entidades como a CMVM, o Banco de Portugal, ou a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões beneficiarão de soluções de gestão de risco partilhado que automatizem as soluções das Fintech e aumentem a eficiência das atividades de supervisão”, afirma Carlos Alves, também investigador membro deste projeto e professor na FEP.

O projeto começou em janeiro de 2019 e termina em junho 2021.

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