O pequeno robô norte-americano Perseverance, que está em Marte há cerca de ano e meio, conseguiu produzir oxigénio respirável a partir de dióxido de carbono. O aparelho, do tamanho de uma lancheira, produziu por sete vezes oxigénio numa quantidade por hora equivalente à gerada por uma árvore pequena na Terra.
A experiência com o Moxie (como já foi batizado o aparelho) abre perspetivas para a sobrevivência humana no planeta Marte que tem uma atmosfera fina rica em dióxido de carbono, uma vez que o oxigénio foi produzido de dia, à noite e nas várias estações que se podem observar no “planeta vermelho”. Um ano em Marte tem 687 dias.
Esta foi a primeira vez que foi possível usar recursos de um planeta (no caso o dióxido de carbono) para produzir localmente recursos próprios (oxigénio) que, normalmente, eram transportados a partir da Terra.
A versão atual do Moxie foi construída para caber no interior do robot Perseverance e para funcionar por curtos períodos de tempo, ligando e desligando a cada experiência. Mas segundo os cientistas, uma versão melhorada e maior do Moxie poderia ser enviada para Marte, antes de uma missão humana, para produzir oxigénio equivalente à gerada por várias centenas de árvores e de forma continuada. De recordar que os Estados Unidos manifestaram a intenção de colocar astronautas em Marte em 2030. Na sua versão futura, o instrumento poderia gerar oxigénio suficiente para sustentar uma instalação habitada em Marte e para produzir combustível para o regresso da equipa de astronautas à Terra.
Na experiência, o ar marciano foi filtrado, pressurizado e conduzido para um outro instrumento que divide eletroquimicamente o ar rico em dióxido de carbono em iões de oxigénio e monóxido de carbono.
Os iões de oxigénio foram depois isolados e recombinados para formar oxigénio molecular respirável, que o Moxie mede em quantidade e pureza antes de libertá-lo, sem efeitos nocivos, para o ar, juntamente com monóxido de carbono e outros gases.
Fonte: MIT