À primeira vista, este peixe pode não parecer nada de especial. Mas escondido nos seus olhos existe um órgão extremamente raro que permite transformar os seus olhos em lanternas. Estas lanternas servem para que o peixe consiga vasculhar o ambiente através de fotolocalização: da mesma forma que os morcegos e os golfinhos se conseguem localizar através da reflexão de som, estes pequenos peixes conseguem-se orientar através da reflexão de luz: uma habilidade muito raro e que até agora apenas se conhece que outros três animais possuam.
Mas existe uma diferença essencial entre este peixe e os outros três peixes que possuem fotolocalização. Nos outros três peixes o efeito é uma espécie de “efeito secundário” do processo evolutivo que os animais simplesmente não conseguem controlar: ou seja, a pouca luz do sol que chega às suas pupilas é refletida de forma especial sem que os peixes tenham qualquer controlo em relação ao processo. O caso do Tripterygion delaisi, nome cientifico deste peixe, é bastante diferente. Segundo o artigo cientifico recentemente publicado na Royal Society Open Science, estes peixes tem a capacidade de ligar e desligar as luzes de procura. Os cientistas desconfiam que estes peixes utilizam esta possibilidade enquanto uma óbvia vantagem para caçar presas em águas profundas onde a luz é um recurso escasso. Estes peixes podem ser encontrados em profundidades que vão até 50 metros, onde a escassez de luz começa a ser um problema.
“Nós concluímos que o brilho na íris produzi através de faiscas oculares no T. Delaisi não é um efeito secundário do movimento do olho, mas uma adaptação modulada em resposta a um contexto em que as presas são detectadas”, concluem os pesquisadores no estudo.
