Fora da China, as aplicações da Google são uma expectativa padrão para todos os dispositivos Android. Pelo menos até há pouco tempo, já que a proibição norte-americana à Huawei mudou as coisas. Agora, parece que o Google quer deixar claro quais os equipamentos que possuem os GMS do Google, pois supostamente força os fabricantes que utilizem esses serviços a referir o fácil acesso na própria caixa.
Destacadas pelo XDA-Developers, as unidades europeias do Xiaomi Mi 10 (foto abaixo) têm uma inscrição interessante na lateral da caixa. Como visto abaixo, a caixa diz que o Mi 10 vem com “acesso fácil às aplicações do Google que mais usa”. Se antes isso tinha sido visto como um ataque da Xiaomi à Huawei, talvez não seja bem assim.
Dado a altura em que ocorre, não há grandes dúvidas que esta mensagem é uma clara referência à Huawei, já que, até ao momento, podemos dizer que além do iPhone, é a única fabricante que não conta com os Google Mobile Service e até começou a apostar forte nuns serviços próprios.
Assim que esta imagem começou a correr o mundo, rapidamente surgiram críticas à Xiaomi, não só por ser um ataque à fabricante do memso país, o que internamente pode ser mal visto, mas também porque, do ponto de vista do consumidor, a Huawei tem sido punida injustamente nos EUA e isso está a trazer consequências à empresa no resot do mundo.
Por isso, a Xiaomi acabou por ter de responder do porquê ter colocado esta mensagem na caixa e não poderia ser mais surpreendente. Segundo a fabricante chinesa, esta mensagem é algo que a Google planeia para todos os parceiros Android no futuro, já que é uma obrigação do acordo para utilização dos Google Mobile Services, que foram renovados entre a Xiaomi e a Google recentemente e, por esse motivo, foi obrigada a colocar esta nova referência. Esta referência é similar à obrigação de colocar “Powered by Android” sempre que o smartphone está a iniciar, quando normalmente aparece a marca do produto.
Segundo o comunicado da Xiaomi:
“Percebemos que há uma discussão sobre a cópia mais recente da embalagem par ao mercado externo da Xiaomi. Para evitar mal-entendidos, a explicação é a seguinte:
- Esta cópia é proveniente dos requisitos de promoção dos parceiros no último acordo de cooperação, semelhante ao “Powered by android” exibido no telefone Android e ao “Intel Inside” no computador.
- Como a versão anterior do contrato entre a Xiaomi e seus parceiros expirou, a Xiaomi tornou-se no primeiro lote de fabricantes que assinaram a nova versão do acordo de cooperação e também é o primeiro fabricante a lançar novos produtos após a efetivação.
- Esperamos que os fabricantes globais de telefones móveis possam cooperar sem problemas com todos os parceiros para criar um ecossistema mais rico.”
Rapidamente o foco passou a ser outro: a Google, que oficialmente ainda não respondeu oficialmente a esta informação. No entanto, o Android Authority indica de uma fonte da Google, que isto não é uma obrigação, mas uma sugestão da Google, nomeadamente quando os OEM utilizam mais aplicações da Google do que as ditas, “normais”, como o Google Podcast ou o Google Keep, enquanto o Gmail está dentro das aplicações “normais” e, também, obrigatórias neste acordo.
Dessa forma, a referência é que esta informação que a Xiaomi adiciono não é obrigatória, mas sim uam sugestão para que os clientes saibam que aquele modelo tem mais aplicações da Google pré-instaladas.
Este é o motivo porque, até agora, apenas tínhamos visto que a Xiaomi era a única que a incluir esta informação na caixa, quando existem dezenas de fabricantes de equipamentos que utilizam o Android e os Google Mobiel Services. Veremos se, no futuro próximo, teremos uma comunicação oficial da Google sobre este assunto para esclarecer estas dúvidas.