O ano de 2024 parece estar a seguir a tendência de 2023, marcado por despedimentos massivos em gigantes tecnológicas como Microsoft, Google, Amazon, Meta e Spotify. Desta vez, a Amazon volta a ser protagonista com uma nova onda de despedimentos, especificamente na sua plataforma de streaming, Twitch.
Segundo informações divulgadas pelo Bloomberg, a Twitch planeia cortar 35% da sua equipa, o que equivale a cerca de 500 funcionários. A confirmação oficial da empresa é esperada para breve, mas a notícia já causa inquietação no sector.
Manter uma infraestrutura como a Twitch, que disponibiliza mais de 1.800 milhões de horas de conteúdo em streaming por mês, é extremamente dispendioso, mesmo com o suporte tecnológico e financeiro da Amazon. Os cortes na Twitch são tão significativos que a empresa está a considerar cessar as suas operações na Coreia do Sul, onde, segundo o CEO Dan Clancy, os custos são “proibitivamente caros”.
Apesar do aumento considerável dos seus rendimentos graças à publicidade, nove anos após a aquisição pela Amazon, a Twitch continua a não ser rentável, de acordo com fontes próximas à empresa. A estes despedimentos, acrescenta-se a saída de vários executivos de alto cargo na plataforma, incluindo os chefes de produto, atendimento ao cliente e conteúdos, bem como o director de rendimentos.
No entanto, a Twitch não é estranha a despedimentos massivos. No ano passado, a empresa realizou duas rondas de despedimentos, eliminando até 400 postos de trabalho, como parte dos grandes cortes da Amazon.
Agora, a Twitch pretende dar o salto para o 4K nas suas transmissões, uma decisão que conta com a colaboração da NVIDIA e OBS. Esta característica estará disponível em beta durante este mês, permitindo aos streamers realizar até três transmissões ao vivo com até três configurações de resolução e qualidade diferentes simultaneamente.
Este avanço na qualidade de transmissão da Twitch não será barato para a empresa, o que pode explicar por que a Amazon parece ter recorrido a despedimentos para continuar com os seus planos de expansão.
Apesar do crescimento dos seus rendimentos, a Twitch ainda não é rentável, o que, juntamente com os custos elevados de manutenção e expansão, pode justificar estes cortes. No entanto, esta estratégia levanta questões sobre a sustentabilidade e ética das práticas de gestão no sector tecnológico. É crucial que estas empresas encontrem um equilíbrio entre a expansão e a manutenção de uma força de trabalho estável e satisfeita.
Despedimentos no mercado tecnológico continuam
Entre o final do ano passado e o início deste ano, tem havido uma onda de despedimentos em toda a indústria tecnológica.
A empresa mãe do Google, Alphabet, anunciou que o corte 12.000 postos de trabalho numa tentativa de reduzir os custos e simplificar as operações. A Microsoft seguiu o exemplo pouco depois, revelando que estaria a eliminar cerca de 10.000 postos de trabalho. Outras empresas de tecnologia, como o Spotify, Zoom o Twitter de Elon Musk demitiram milhares de funcionários no final do ano passado.
Fonte: Bloomberg