O modelo Tuatara da Shelby SuperCars atingiu os 530 km/h e bateu recorde

O novo SSC Tuatara de 1.775 cv foi mais recente o veículo de produção a bater o recorde de velocidade na via pública. O acontecimento inédito aconteceu no passado sábado dia 10 de outubro na estrada 160 no Nevada, nos EUA, num percurso total de 11 quilómetros. O recorde alcançado destrona o anterior alcançado pelo Koenigsegg Agera RS — que tinha alcançado os 447.19 km/h em 2017.

Este feito fica a dever-se, essencialmente, a uma conjugação de fatores tanto aerodinâmicos, de chassi e propulsão que permitiu alcançar algo que ainda nenhum fabricante tinha conseguido em modelos de produção. A título de exemplo, a Buggati conseguiu que o Veyron 16.4 Super Sport atingisse 431.072 km/h em 2010 com recurso a um motor de 16 cilindros e 7.993 cm3 de cilindrada, no entanto, face ao seu design e tecnologia não foi capaz do sucesso do Tuatara com 5.900 cm3 de cilindrada debitadas por um V8.

Jerod Shelby foi o grande percursor desta aventura que começou em 2010 (início do desenvolvimento deste modelo) que procedeu à contratação de designers da Pinifarina para o desenvolvimento de uma carroçaria mais aerodinâmica. O projeto entregue à equipa da Podium Engineering, uma empresa italiana também ela no ramo da aerodinâmica que tem trabalhado com equipas da F1, com o objetivo de atingir um coeficiente de arrasto de 0,280.

“Depois de quase três anos aperfeiçoando o design, onde estava incluída a adição de um sistema ativo aerodinâmico com asa traseira, a equipe do Podium teve sucesso em ambos os objetivos, obtendo um coeficiente de arrasto de 0,279 (muito próximo daquilo que foi alcançado pelo Polestar 2) atingindo um equilíbrio aerodinâmico de 37% da frente e 63% na traseira em velocidades superiores a 240 km/h” refere Shelby.

O modelo que tem 5.9l twin-turbo V8 de 1.775 cv é resultado de um grande trabalho de desenvolvimento, onde tudo foi testado ao limite, como refere Jerod, “[…] passámos meses dinamómetro (rotativo), procurando estourar o motor — literalmente, operando-os a toda a velocidade, até o “levar ao rubro” (incandescente) e ainda assim não partindo o motor […]”. É, como intitulado pela marca, um automóvel quase à prova de balas, tendo sido submetido a todo o tipo de testes em pista.

Outro grande “pilar do Tuatara é o sistema de entrada de ar […] [onde] as temperaturas de admissão do ar são, provavelmente, uma das coisas mais importantes para nós, esteja ele em uma pista de corrida ou em estrada a alta velocidade”. O complexo sistema, necessitou de alguns anos de desenvolvimento a parte do resto do motor para que seja possível manter a temperatura do ar de admitido nos 15° Fahrenheit (-9º Celsius). “Não interessa qual é a temperatura externa ou o rigor da sua condução”, pois o sistema tem de ser capaz de transformar a temperatura do ar em admissão para a motorização sobrealimentada.

Este recorde não foi alcançado numa só tentativa, conduzir um veículo desta envergadura a tão elevadas velocidades pode ser uma tarefa bastante perigosa, onde uma simples brisa a mais de 450 km/h pode parecer um verdadeiro vento lateral para o automóvel. Assim, numa primeira tentativa, a barreira dos 462 km/h fora ultrapassada — estava feito um novo recorde mundial no segmento. Contudo, Oliver Webb, o piloto merecedor do mérito, aguardou uns minutos até os pneus arrefecerem novamente para tentar novamente, repete o percurso e, desta vez, mesmo com um susto pelo meio (vento lateral empurrou quase o carro para fora de estrada), consegue atingir os 484 km/h.

Restabelecido, as tentativas não ficavam por aqui, o piloto e Jerod Shelby (num “carro de perseguição”) procuraram novo feito numa última volta e conseguiram-no, com Oliver a conseguir atingir as 331 milhas por hora, ou seja, 532 km/h. Ficava assim ultrapassado diversos recordes em apenas uma última tentativa — o recorde de “Fastest Flying Mile” na via pública a 504 km/h; o recorde de “Fastest Flying Kilometer” na via pública a 517 km/h; e o de velocidade máxima alcança na via pública a 533 km/h.

Fonte Engadget

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