O Facebook parou (temporariamente) de aceitar novas aplicações

O Facebook parou de aceitar (temporariamente) novas apps para a sua plataforma. O processo de review de novas aplicações foi parado sem grandes anúncios e tinha até agora passado relativamente desapercebido. Porém, este impedimento já existe desde a semana passada e serve para “implementar novas mudanças” na forma como as apps funcionam na plataforma.

A decisão de parar de aceitar novas aplicações surgiu na sequência do escândalo da Cambridge Analytica, em que pelo menos uma aplicação foi utilizada para acumular informação privada de cidadãos. Essa informação foi utilizada para construir perfis de hábitos, gostos e personalidades que foram empregados para fins políticos específicos. O facto de ser possível utilizar a informação supostamente privada do Facebook para estes fins está a levantar imensas questões relacionadas não apenas com o Facebook, mas com a forma geral como as plataformas sociais operam.

O Facebook quer reavaliar os métodos de aprovação a novas aplicações e o que as aplicações podem fazer para aceder à informação dos utilizadores. “Para manter a confiança que as pessoas colocam no Facebook quando partilham informação, nós estamos a fazer algumas actualizações à forma como a plataforma funciona”, escreveu Ime Archibong, o vice-presidente do Facebook. “Nós sabemos que essas mudanças não são fáceis, mas nós acreditamos que vão ajudar a mitigar qualquer quebra de confiança com o ecossistema dos produtores de conteúdo”.

Foi através de uma aplicação que a firma Cambridge Analytica conseguiu reunir e utilizar a informação de 50 milhões de utilizadores para fins políticos.

Archibong sublinha que estas actualizações deverão ser colocadas no terreno nas próximas semanas. Elas vão incluir processos de investigação profundos a aplicações que aparentem estar a utilizar indevidamente o Facebook para actividades suspeitas. Serão incluídos processos para informar os utilizadores se qualquer app que tenham utilizado tiver sido eliminada devido ao mau uso de informação.

Esta interrupção na aceitação de novas aplicações já gerou alguma polémica entre os produtores de aplicações. O co-fundador de uma agência digital reclamou em relação a esta proibição súbita, pedindo para que “imagem centenas de horas de trabalho, dezenas de milhares de dólares de investimento, e dezenas de clientes a desaparecer a qualquer momento ao ritmo de algumas linhas de código”. Estas alterações não anunciadas acabaram por estragar os planos de lançamento de muitas aplicações naquela que ainda é a rede social mais utilizada no ocidente.

Foi através de uma aplicação que a firma Cambridge Analytica conseguiu reunir e utilizar a informação de 50 milhões de utilizadores para fins políticos. A aplicação chamava-se “thisisyourdigitallife” e funcionava enquanto questionário. Na verdade, o questionário tratava-se apenas de um “cavalo de tróia” para que a aplicação conquistasse acesso a uma gama maior de informação dos utilizadores.

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